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Estado de Minas

Construtora Odebrecht vira alvo de mais uma operação da Polícia Federal

Empreiteira é suspeita de superfaturamento na construção da Arena Pernambuco. Prejuízo é de cerca de R$ 42,8 milhões


postado em 15/08/2015 06:00 / atualizado em 15/08/2015 09:31

Brasília e Recife — A Polícia Federal deflagrou ontem a Operação Fair Play, que apura superfaturamento na construção da Arena Pernambuco, na Região Metropolitana do Recife. De acordo com a PF, houve superfaturamento na obra do estádio construído para a  Copa no Brasil, com prejuízo de R$ 42,8 milhões (R$ 70 milhões em valores atualizados) produzido por  “organização criminosa voltada à corrupção de agentes públicos”. O custo do estádio, iniciado na gestão do governador Eduardo Campos (PSB), saltou de R$ 479 milhões para R$ 743 milhões.


A obra foi construída pela Odebrecht, que foi alvo de buscas em São Paulo, Brasília, Rio de Janeiro, Salvador, Recife e Belo Horizonte. Também houve buscas no Comitê Gestor de Parcerias Público-Privadas do governo de Pernambuco, no Recife. Ao todo, a PF cumpriu 10 mandados de busca e apreensão , incluindo a residência de dois sócios da empresa e escritórios da empreiteira.

O contrato foi fechado entre o governo e uma sociedade anônima formada por várias empresas, a Odebrecht-ISG. As investigações apontaram “fraude na concorrência internacional”. Para a polícia, a Odebrecht-ISG foi autorizada a elaborar o projeto básico da obra sem licitação ou edital de convocação de concorrentes a produzir o estudo. Depois, o projeto foi feito sem todas as informações necessárias, sem justificativa dos custos adotados, “com exigência de atestados técnicos exorbitantes” e com “prazo exíguo de análise” para os concorrentes.

A PF sustenta que as manobras tinham por objetivo evitar competição na licitação. Os delegados sustentam que a Odebrecht produziu o processo de licitação em um ano, mas ofereceu o documento para as empresas concorrentes analisarem em apenas 42 dias.

A própria empreiteira venceu a disputa, com base no projeto produzido por ela própria. O governo contestou a acusação da PF. “A Lei das PPPs e a Lei de Concessões preveem, expressamente, a possibilidade de o autor do estudo de viabilidade do projeto participar da licitação”, disse o governo pernambucano. O governo ainda disse que a lei “não exige projeto básico detalhado”.

A Odebrecht negou irregularidades e disse que a ação policial não tinha justificativas. O governo de Pernambuco, comandado por Paulo Câmara (PSB), afirmou que a licitação do estádio “observou todos os requisitos” legais e “foi julgada regular” pelos tribunais de contas da União (TCU) e do Estado (TCE-PE). “O governo de Pernambuco está seguro quanto à correção adotada para firmar a PPP da Arena Pernambuco”, disse, por meio de nota.

OUTROS ESTÁDIOS
Além da Arena Pernambuco, a Odebrechet também foi responsável pela construção ou participou de consórcio para obras do Maracanã, do Itaquerão, em São Paulo, e da Fonte Nova, em Salvador. Durante o cumprimento dos mandados de busca e apreensão, inclusive, policiais procuraram contratos dessas obras nos escritórios da Odebrecht. (Com agências)

QUEM CONSTRUIU OS ESTÁDIOS

Empreiteiras responsáveis pelas obras

MARACANÃ (Rio de Janeiro)
Consórcio Maracanã Rio 2014 (Odebrecht e Andrade Gutierrez)

MANÉ GARRINCHA (Brasília)
Consórcio Andrade Gutierrez/Via Engenharia

ITAQUERÃO (São Paulo)
Odebrecht

MINEIRÃO (Belo Horizonte)
Consórcio Nova Arena (Construcap, Egesa e Hap)

CASTELÃO (Fortaleza)
Consórcio Galvão Engenharia/Andrade Mendonça

FONTE NOVA (Salvador)
Consórcio OAS/Odebrecht

ARENA PERNAMBUCO (Recife)
Odebrecht

BEIRA-RIO (Porto Alegre)
Andrade Gutierrez

ARENA DAS DUNAS (Natal)
OAS

ARENA AMAZÔNIA (Manaus)
Construtora: Andrade Gutierrez

ARENA PANTANAL (Cuiabá)
Consórcio Santa Bárbara/Mendes Júnior

ARENA DA BAIXADA (Curitiba)
Gestora da obra: Engevix

 


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