Após a Polícia Federal deflagrar ontem a Operação Fair Play para apurar irregularidades na construção da Arena Pernambuco, no Recife, o superintendente de futebol do Corinthians e deputado federal Andrés Sanchez (PT-SP) prometeu colocar a documentação referente à obra da Arena Corinthians - mais conhecido como Itaquerão, concluído para receber a abertura da Copa de 2014 - à disposição das autoridades.
"Todos os documentos estão à disposição lá na arena, no clube ou na sede do escritório de advocacia do estádio. Acho até bom isso aconteça para acabarem com as especulações", afirmou Sanchez em entrevista ao canal SporTV.
Segundo Sanchez, a previsão é o Corinthians pagar o estádio em 12 anos, mas é possível quitar essa dívida antes. Ontem, o clube pagou a segunda parcela de R$ 5 milhões referente ao empréstimo de R$ 400 milhões feito com o Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social (BNDES) durante a obra.
Toda arrecadação com bilheteria da arena é destinada ao pagamento do financiamento com o banco. A partir de dezembro de 2016, será a vez de começar a quitar o empréstimo feito com a Caixa Econômica Federal. Serão mais R$ 5 milhões por mês. A conta total do estádio, com juros, está em R$ 1,15 bilhão.
"Em 2012, tivemos nosso melhor ano no Pacaembu e em dezembro, depois que pagamos todos os impostos, sobrou R$ 10,8 milhões para o Corinthians. Então, esse dinheiro da bilheteria não tem um impacto tão grande nas contas do clube. Só estamos conseguindo receitas milionárias porque estamos jogando em Itaquera. Se continuássemos no Pacaembu, continuaríamos tendo no máximo R$ 10 milhões a mais no caixa por ano", disse Sanchez.
Em 2014, as receitas do clube foram de R$ 258 milhões.
Orçamento
O orçamento inicial para a construção da Arena Corinthians era de R$ 820 milhões. O estádio que recebeu o jogo de abertura do Mundial custou ao final R$ 1,080 bilhão.
O Itaquerão recebeu incentivo de R$ 400 milhões da Prefeitura de São Paulo, na forma de Certificados de Incentivo ao Desenvolvimento. As informações são do jornal O Estado de S. Paulo.