A terceira manifestação do ano contra o governo da presidente Dilma Rousseff(PT) em Belo Horizonte foi marcada pela tranquilidade. De acordo com a Polícia Militar, cerca de 6 mil pessoas passaram na manhã deste domingo pela Praça da Liberdade, Centro-sul da capital. Já os organizadores do ato estimaram aproximadamente 10 mil manifestantes. A novidade no protesto de hoje foi a presença do senador Aécio Neves (PSDB), que passou pelo evento. Nas outras edições ele não havia participado. Indignada com a corrupção, a população foi às ruas em todos os estados e no Distrito Federal.
As pessoas começaram a se concentrar na praça por volta das 9h da manhã. Com cartazes e faixas, muitas sendo confeccionadas no local, eles pediam a saída de Dilma do Palácio do Planalto. Outro foco de descontentamento era com o ex-presidente Lula, principal liderança do PT. Além das palavras de ordem como “fora PT”, o hino nacional foi cantado várias vezes. Cartazes contra a administração do governador Fernando Pimentel (PT) também foram afixados na frente do Palácio da Liberdade.
O partido também foi bastante rechaçado pelos participantes. Jackson Sbakoski, empresário de 43 anos, disse estar na manifestação contra a corrupção de todos os partidos. "Temos que mudar o país para nossa família e as futuras gerações", comentou. Já o vendedor Luís Mario Rocha, de 55 anos, que esteve presente nos outros dois protestos fez coro contra a legenda. " O PT, em vez de governar, está administrando a corrupção", diz. Rocha participou da manifestação levando um cartaz sobre a Petrobras. Algumas pessoas também defendiam a intervenção militar.
Sobre a tranquilidade no ato, apenas um princípio de tumulto deixou destoou e deixou o clima tenso na Praça da Liberdade entre fiscais da prefeitura e ambulantes. Duas pessoas ficaram feridas.
Logo após o ato na Praça da Liberdade, os manifestantes se deslocaram para a Praça da Savassi, a cerca de 1 km. Lá eles cantaram o hino nacional e o ato dispersou.
Sobre o ato, que ocorre em outras cidades pelo país, a presidente Dilma se reunirá com os ministros para fazer um diagnósticos dos protestos.
Políticos no protesto
O presidente nacional do PSDB e senador mineiro Aécio Neves (PSB) chegou à Praça da Liberdade no final da manhã deste domingo e foi ovacionado pelos participantes da manifestação. Ao som de “Aécio presidente”, o tucano afirmou que participava do evento na condição de “cidadão indignado com a corrupção, com a mentira e com a incompetência desse governo que vem fazendo tão mal aos brasileiros”. O senador voltou a criticar as taxas de juros, índices da inflação e o desemprego.
Sobre não ter participado dos outros protestos, o presidente do PSDB disse que não quis que a característica de inciativa popular fosse perdida. "Para demonstrar claramente que as manifestações não são de um partido político, mas da sociedade. Estamos participando como parte da população indignada, sem querer ter protagonismo. Se fosse o inverso, desde o início ia aparecer a apropriação de algo que não é nosso", disse.
Outros políticos tucanos também passaram pela Praça da Liberdade na manhã deste domingo. Entre eles os deputados João Leite e Marcus Pestana. O ex-ministro Pimenta da Veiga, que concorreu nas últimas eleições ao governo de Minas, também esteve no local.