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Estado de Minas

Ironia marcou protestos em BH contra Dilma e a corrupção


postado em 17/08/2015 06:00 / atualizado em 17/08/2015 07:45

Para mostrar indignação, teve gente que não dispensou os cartazes improvisados para dar o recado(foto: Gladyston Rodrigues/EM/D.A Press)
Para mostrar indignação, teve gente que não dispensou os cartazes improvisados para dar o recado (foto: Gladyston Rodrigues/EM/D.A Press)

“Renuncie Dilma Vez”. Em uma única frase, escrita à mão com caneta hidrocor vermelha, indicando não ser cartaz pré-fabricado, um dos manifestantes resumiu o espírito da maioria das pessoas que compareceu ao chamado “Bloco da Papuda”, nesse domingo (16) pela manhã na Praça da Liberdade. No ritmo carnavalesco de “Olha a cabeleira do Zezé/Será que ele é, será que ele é”, era entoada a marchinha: “Olha a roubalheira do PT/Quem paga é você, quem paga é você!”

Certamente não faltou criatividade nas frases de efeito, apresentadas em português correto e empunhadas com orgulho pelos presentes ao ato público. O protesto, aliás, mostrou-se poliglota. Houve quem se manifestasse em francês, apesar do estranho prenome escolhido na frase (“Je suis charlatan”), lembrando o apoio mundial aos cartunistas atingidos em atentado (“Je suis Charlie”). Outros preferiram a maior repercussão do inglês: I’m back; i’ll never give up (estou de volta, nunca irei desistir). O internetês também ajudou a expressar indignação: # partiucuba.

No meio da multidão, que agitou pacificamente o domingo, sobrou também para os insetos. Na exposição informal realizada nas grades do Palácio da Liberdade, que se prestaram a afixar cartazes, sobressaía uma formiga gigante. “É uma alusão ao trabalho de formiguinha de cada cidadão brasileiro”, explicou o autor, o engenheiro químico Paulo Rodrigues, de 54 anos. As tanajuras também foram lembradas: “PTNajura: Perde a asa e vira cupim. Xô praga!”

De diversas maneiras, os manifestantes em particular declararam a revolta supostamente geral. Teve gente que gastou filosofia: “Credibilidade não dá duas safras. Quando se perde não tem mais retorno. Fora, Dilma!” Outros apostaram na religião: “Lula é meu pastor. Por isso, tudo te faltará”. Alguns hastearam a bandeira modificada de Minas: “Decência ainda que tardia”. Os mais taxativos deram o recado com uma só palavra: “Ética”.


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