Antigo centro do poder de Minas Gerais e cenário histórico de lutas políticas, a Praça da Liberdade, no coração de Belo Horizonte, foi palco nesse domingo (16) de mais um grande protesto. Manifestantes contrários ao governo da presidente Dilma Rousseff (PT) lotaram a praça com as cores da bandeira do Brasil para pedir o fim da corrupção e o afastamento da petista do Palácio do Planalto. De acordo com a Polícia Militar (PM), o ato reuniu 6 mil pessoas, mas organizadores calculam público de 30 mil, com destaque para uma presença de peso. O presidente do PSDB e senador Aécio Neves (PSDB), um dos principais nomes da oposição, escolheu a capital mineira para participar pela primeira vez dos protestos contra o governo.
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Protestos nesse domingo revelam insatisfação nacionalInterior de Minas adere ao 'fora, Dilma'Planalto classifica protestos como 'normalidade democrática'Para OAB, Dilma deve se desculparManifestantes vão às ruas de BH contra a corrupção, de novoPlanalto vê imagem de Dilma 'colada' na corrupçãoManifestantes aderem a abaixo-assinados por lei anticorrupçãoIronia marcou protestos em BH contra Dilma e a corrupçãoApesar de se apresentar como cidadão comum, Aécio foi aclamado como “futuro presidente” e não poupou críticas ao governo. “Venho aqui como cidadão, indignado com a corrupção, com a mentira e a incompetência desse governo que vem fazendo tão mal aos brasileiros, com inflação saindo do controle e juros na estratosfera. Essa é a obra de um governo que não priorizou interesses do país, priorizou seus próprios interesses e sua manutenção no poder”, afirmou.
Aécio reforçou que são os brasileiros que vão tirar o país da crise.
Desde às 9h, grupos contrários à presidente chegavam à Praça da Liberdade com camisetas e cartazes de “Fora, Dilma” e “Fora, PT”, num protesto em que o pedido de impeachment da presidente ganhou força. Os movimentos organizadores, entre eles Patriotas, Movimento Brasil Livre (MBL), Vem pra Rua, Brava Gente e Mulheres da Inconfidência, levaram cinco trios elétricos para o entorno da praça.
O Bloco da Papuda promoveu quase um baile de carnaval dos indignados, com marchinhas politizadas e alas em homenagem à Polícia Federal (PF) e ao juiz federal Sérgio Moro, coordenador das ações penais da Lava-Jato. Cartazes podiam ser confeccionados na praça, em uma banca com cartolinas e canetas à disposição dos manifestantes.
“Agora é tudo ou nada. Estamos mostrando nossa indignação. Não reconhecemos esse governo corrupto”, disse Carla Girodo, uma das coordenadoras do Vem pra rua em Minas, que comemora maior participação dos jovens. Representante do MBL, Ivan Gunther disse que esse é o momento de “mostrar a pressão da rua”. “Não queremos o petismo”, reforçou. Integrante do Patriotas, Geraldo Romano disse que a presença de Aécio deu peso à manifestação. “Somos apartidários, mas é Aécio quem está fazendo críticas de alto nível ao governo”, afirmou.
TUMULTO O desentendimento entre fiscais da Prefeitura, ambulantes, organizadores da manifestação e a PM provocou um início de tumulto na Praça da Liberdade, que terminou com uma pessoa presa e cinco feridos.
Resolvido esse problema, a polêmica se voltou para alguns ambulantes que vendiam bebidas na lateral da praça. Abordados pelos fiscais, eles reagiram e começou a pancadaria. Três fiscais e dois ambulantes ficaram feridos. Fábio Henrique Lima foi preso sob a acusação de agressão aos fiscais. Ambulantes foram autorizados a vender apenas água no entorno. Mas, dentro da praça, havia de tudo: bebidas, churros, pastéis, pipoca e algodão-doce..