Brasília - O procurador-geral da República, Rodrigo Janot, defendeu nesta segunda-feira uma modernização dos métodos de investigação para alcançar o que chamou de uma criminalidade sofisticada, informatizada, internacional e relacionada a grupos com "elevado viés econômico e político". "A chamada elite do crime", disse, ao defender que métodos e rotinas antigos de investigação se mostram "esgotados". "O sistema de persecução criminal precisa reagir e assim deve fazer de modo equivalente aos danos sociais que se formaram na sociedade industrial desenvolvida", completou.
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Relator Ricardo Ferraço quer sabatina de Janot já no dia 26 de agostoLava-Jato: esquema de corrupção ultrapassou fronteiras da Petrobras, diz MPFRodrigo Janot é o mais votado para novo mandato na Procuradoria-Geral da RepúblicaSabatina de Janot está marcada para o dia 26, segundo RenanEm evento na Escola Superior do Ministério Público da União (ESPMU) para divulgar uma pesquisa sobre a investigação de crimes de corrupção e delitos econômicos, Janot afirmou que o inquérito policial é um procedimento que precisa ser revisto, diante da "escalada exponencial de uma criminalidade cada vez mais complexa, informatizada e da necessidade de persecução a sofisticados grupos com elevado viés econômico e político".
"Da mesma forma, nosso procedimento de investigação criminal deve ser remodelado. Hoje a maior parte dos crimes objeto da pesquisa (como corrupção), quando elucidados, dependem da cooperação de pessoas e corporações", afirmou o procurador-geral da República. "O esforço investigativo para desvelamento do crime na sociedade da informação é extremamente complexo."
Janot é responsável pela condução das investigações de políticos por suposta participação na Operação Lava-Jato. Após pedir a abertura de inquéritos, em março, ele deve apresentar nas próximas semanas as primeiras denúncias contra políticos ao Supremo Tribunal Federal (STF), quando pedirá a abertura de uma ação penal nos casos em que a investigação já está avançada.
Ele defendeu ainda a cooperação e o fim das disputas entre órgãos de investigações.
Dez medidas
Janot aproveitou para pedir a procuradores nesta tarde apoio às dez medidas apresentadas pelo Ministério Público Federal (MPF) contra a corrupção. A intenção é colher 1,5 milhão de assinaturas para encaminhar as propostas ao Congresso Nacional. Entre as propostas está a de tornar a corrupção um crime hediondo. "Peço a vocês que integrem esse movimento e, mais que isso, que repliquem nosso pedido", disse Janot, afirmando que as sugestões aos parlamentares devem servir para auxiliar na profissionalização da investigação de crimes de colarinho branco e corrupção. O coordenador da Força Tarefa da Operação Lava-Jato no Paraná, Deltan Dallagnol, também tem feito propaganda da iniciativa do MPF..