Dois dos principais movimentos que organizaram os protestos de domingo, contra a presidente Dilma Rousseff decidiram que as próximas manifestações serão focadas na questão do julgamento das contas do governo petista em 2014. O Vem Pra Rua e o Movimento Brasil Livre (MBL) pretendem realizar atos em Brasília em frente ao Tribunal de Contas da União (TCU) - que está analisando o balanço contábil da presidente - e também diante da residência do presidente do Senado, Renan Calheiros (PMDB-AL) - que deve ser o responsável por conduzir a votação das contas de Dilma no Congresso Nacional.
Na semana passada, o ministro do Supremo Tribunal Federal (STF), Luis Roberto Barroso decidiu, em caráter liminar, que as contas de Dilma precisam ser votadas por uma sessão conjunta - formada por deputados e senadores e não pelas Casas Legislativas separadas. A decisão tirou poder do presidente da Câmara, Eduardo Cunha (PMDB-RJ), que vinha ditando o ritmo do processo de apreciação do balanço contábil da petista.
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Serra diz que podem ser coincidências resultados positivos do governo no TCU e no TSERelator das contas de Dilma evita se posicionar, mas diz que dados das pedaladas são relevantes'Acho difícil que Dilma conclua mandato', diz SerraFHC convocou Aécio e Alckmin e tentar unificar discurso do PSDBPara analistas, atos mantêm incerteza sobre desfecho da criseCom a determinação de Barroso, uma eventual votação pelos parlamentares das contas deveria ser conduzida por Renan, que já foi alvo dos protestos de ontem por ter se aproximado do Palácio do Planalto e ter feito gestos políticos que tem ajudado Dilma a sair das cordas.
"Nossos próximos atos, que não serão em massa, estarão focados na questão do julgamento das pedaladas fiscais e demais irregularidades nas contas da Dilma pelo TCU. Não temos data ainda. Vamos começar a decidir isso hoje", disse um dos líderes do Vem Pra Rua, o empresário Rogério Chequer. "É necessário que a campanha de Dilma também seja investigada".
Balanço
A avaliação dos movimentos sobre as manifestações de domingo foi de que os grupos que organizam os atos conseguiram alinhar os discursos uns com os outros. "Não foi a menor manifestação, nem a maior. Mas foi a melhor, pela unificação do discurso dos movimentos e pela maior politização dos manifestantes", afirmou Renan Haas Santos, um dos porta-vozes do MBL.
Chequer atribuiu a uniformização dos discursos ao levantamento das insatisfações feito pelos movimentos.
O empresário afirmou ainda discordar do ex-presidente Fernando Henrique Cardoso que, ontem, no Facebook, escreveu que uma eventual renúncia de Dilma seria um "gesto de grandeza" para a petista.
"O problema da renúncia é que a gente depende única e exclusivamente de Dilma, que não tem tomado as melhores decisões ultimamente. O impeachment não acaba dependendo dela. Acontece que o país vai sofrer muito pelo tempo que isso pode demorar", disse Chequer. "Ainda sinto falta de mensagem mais alinhada vindo do PSDB". As informações são do jornal O Estado de S.