Um dia depois das manifestações contra a presidente Dilma Rousseff, o ex-presidente Fernando Henrique Cardoso reuniu, nessa segunda-feira, o governador de São Paulo, Geraldo Alckmin, e o senador Aécio Neves (MG), presidente do PSDB, para tentar unificar o discurso do partido.
Nas últimas semanas o PSDB se dividiu internamente sobre os pedidos de afastamento da presidente Dilma Rousseff. Líderes no Congresso afinados com Aécio, como o deputado Carlos Sampaio (SP) e o senador Cássio Cunha Lima (PB), defenderam a cassação do mandato pelo Tribunal Superior Eleitoral (TSE) e a realização de novas eleições.
A radicalização do discurso dos parlamentares visava esfriar a movimentação do vice-presidente Michel Temer (PMDB) que, na visão dos tucanos, estaria tentando se viabilizar como consenso em um cenário pós-Dilma. Outro grupo no partido, capitaneado por Alckmin, prega moderação no discurso. O governador paulista chegou a participar de cerimônia com Michel Temer no Palácio Bandeirantes.
No encontro dessa segunda, que aconteceu no apartamento de Fernando Henrique em São Paulo, o trio também avaliou como positivo o resultado das manifestações pelo País ocorridas nesse domingo, que pela primeira vez contaram com o apoio formal do partido. Líderes do PSDB, como Aécio e o senador José Serra (SP), estiveram nos protestos.
Pouco antes da reunião, FHC publicou um texto nas redes sociais afirmando que a renúncia da presidente Dilma seria "um gesto de grandeza". Esse discurso, porém, ainda divide os tucanos.