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Estado de Minas

Grupo anticorrupção pede à PF que esclareça se delegado foi afastado da Lava-Jato


postado em 18/08/2015 18:19 / atualizado em 18/08/2015 18:45

Rumores de que o delegado Eduardo Mauat teria sido afastado da Operação Lava-Jato levaram a Aliança Nacional dos Movimentos Democráticos a divulgar nesta terça-feira, carta aberta ao ministro José Eduardo Cardozo (Justiça) e ao diretor-geral da Polícia Federal, delegado Leandro Daiello Coimbra. Formada por 44 entidades que combatem a corrupção, Aliança solicita ao ministro e ao chefe da PF que 'respeitosamente esclareçam de público, e com urgência, os motivos que os levaram a não prorrogar a missão do delegado da PF Eduardo Mauat, lotado no Rio Grande do Sul, junto à equipe da Operação Lava-Jato, em Curitiba'.

Mauat é personagem central da investigação sobre corrupção, cartel e propinas na Petrotras. Metódico e perspicaz , ele integra a força-tarefa da Lava-Jato na Polícia Federal. No domingo, 16, ele postou em seu face mensagem de apoio aos milhares de manifestantes que saíram às ruas para protestar contra o governo Dilma Rousseff, a corrupção e o ex-presidente Lula. "Achei interessante as pessoas nas ruas", anotou o delegado.

Segundo a PF, Mauat não foi afastado da Lava Jato. O seu 'recrutamento' para a força-tarefa, diz a PF, esgotou no dia 31 de julho, por isso ele voltou ao seu posto de origem, Rio Grande do Sul. A PF afirma que nada impede o retorno de Mauat a Curitiba.

Mauat declarou,na noite desta segunda-feira, que decidiu se manifestar nas redes sociais por achar "importante que as pessoas participem, se conscientizem".

Sobre se o post pode prejudicar sua volta à Lava-Jato, afirmou: "Se houver retaliação, isso significará uma interferência indevida." Ele disse que pediu afastamento da Lava-Jato no final de julho porque "estava cansado", mas que pretende retornar até porque disse ter agenda a cumprir nesta semana. "O post é meu. Não coloquei nada contra A, B ou C. Achei interessante as pessoas nas ruas."

"Estamos cientes de que a ausência do delegado Mauat prejudica fortemente o andamento das investigações até então sob a sua responsabilidade, e alertamos a V. Sas. que tal decisão atropela o desejo explicitado pelo povo brasileiro nas manifestações de 16 de agosto", diz a carta aberta ao ministro e ao diretor-geral da PF.

As entidades agrupadas na Aliança destacam que 'é mais do que de interesse público que os recrutamentos da PF para a Lava Jato devem estar na lista de prioridade da direção da Polícia Federal."

Aliança conclui a carta aberta ao ministro e ao diretor-geral da PF. "Estamos atentos a qualquer tentativa de sufocamento das investigações da Operação Lava Jato, razão pela qual conclamamos o espírito republicano de V.Sas.para que seja efetivada de imediato a reintegração do delegado Mauat à sua equipe de investigações."


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