Os desobramentos da Operação Lava-Jato se refletem agora no empréstimo consignado concedido a servidores públicos federais. Segundo reportagem da rádio CBN, bancos privados decidiram suspender essas operações de crédito, após a empresa de software Consist ter virado alvo das investigações. Segundo a Federação Brasileira dos Bancos (Febraban), as instituições financeiras estão revendo sua participação no convênio de gestão firmado com as autoridades públicas. O Ministério do Planejamento informou, porém, que o Banco do Brasil e a Caixa Econômica Federal continuam oferecendo crédito consignado.
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A Consist foi contratada para gerir o software que autoriza os pagamentos consignados, após acordo de cooperação técnica foi firmado entre o Planejamento e Sindicato Nacional das Entidades Abertas de Previdência Complementar (Sinapp) e Associação Brasileira de Bancos (ABBC).
O Sinapp disse, em nota, que notificou extrajudicialmente a Consist para que a empresa preste esclarecimentos. O sindicato destacou que a Consist foi apresentada por “bancos participantes do mercado de credito? consignado”, e que a empresa foi quem apresentou as “melhores condicoes?? de atender os requisitos tecnicos? e operacionais”. A ABBC e a Consist não comentaram.
TAXA MENSAL De acordo com as investigações do Ministério Público, a Consist, administrada pelo ex-vereador de Americana (SP) Alexandre Romano (ex-PT), preso desde quinta-feira, recebia uma taxa mensal das empresas que ofereciam crédito consignado para cada empréstimo concedido e repassava valores a operadores da Lava-Jato. Após as denúncias, o Ministério do Planejamento decidiu rescindir em 30 dias o acordo de cooperação técnica envolvendo o consignado e informou que toda a operação de gestão passará a ser feita pelo Serpro Serviço Federal de Processamento de Dados (Serpro) e o Dataprev.
A suspensão das operações de consignado pelos bancos é por tempo indeterminado.