A Procuradoria-Geral da República (PGR) vai denunciar o presidente da Câmara dos Deputados, Eduardo Cunha (PMDB-RJ), ao Supremo Tribunal Federal (STF) por crimes de lavagem de dinheiro e corrupção. Os procuradores estão finalizando os termos do documento, que deve ser oficializado até esta quinta-feira e assinado pelo procurador-geral da República Rodrigo Janot.
A denúncia não significa culpa do presidente da Câmara, uma vez que caberá à Justiça decidir se aceita a denúncia. Em caso positivo, Cunha vira réu e o processo é aberto. O deputado já é alvo de inquérito no STF, que apura suspeitas de participação no esquema de corrupção da estatal. O peemedebista foi citado pela primeira vez pelo doleiro Alberto Youssef, em março. O doleiro vinculou o nome de Cunha ao recebimento de propinas pagas pelo executivo Júlio Camargo por contratos fechados na diretoria internacional da Petrobras para fornecimento de navios-sondas à estatal.
Em julho, Camargo também citou Cunha em delação premiada fechada com a Justiça Federal. Segundo Camargo, o presidente da Câmara teria recebido U$S 5 milhões como propina por contratos fechados com a Petrobras. De acordo com investigadores, pesa contra Cunha a movimentação de recursos na Suíça. As apurações apontaram o equivalente a R$ 54,5 milhões depositados por Julio Camargo em contas indicadas por Fernando Baiano, apontado como operador do PMDB na estatal. O deputado sempre negou as acusações.