A ex-candidata presidencial Marina Silva publicou nesta quarta-feira, um artigo em que comenta as manifestações pelo impeachment da presidente Dilma Rousseff no domingo, 16. No texto, publicado pelo portal UOL, Marina diz que aqueles que se mobilizam "para além das cartilhas ideológicas de ocasião" não trabalham pelo "Fora Dilma", pois sentem que a presidente já foi "saída". A ex-senadora diz que Dilma sofre as consequências das "lições que insiste em não querer aprender".
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Aliados de Marina Silva aguardam registro da Rede para o mês que vemMarina Silva diz que ajuste fiscal não é mágica"O atraso na política iria nos levar a perder o que conquistamos a duras penas", diz Marina SilvaCriação do Rede de Marina Silva deve sair do papel nesta terça-feira Qualquer hipótese de impeachment é impensável, diz TemerPlanalto vê impeachment enfraquecidoA ex-candidata, que em julho criticou aqueles que culpavam exclusivamente a presidente pela corrupção no País, fez no artigo de hoje ressalvas às manifestações que clamam por impeachment, mas argumentou que, como um termômetro, elas apontam a insatisfação da população. "Podemos concordar com todas as falas, todas as faixas, todas as narrativas? Claro que não, mas a honestidade impõe reconhecer que as ruas mostraram uma monumental e muito relevante insatisfação contra a corrupção e a mentira entranhadas nas instituições e nas relações de poder."
"As manifestações são legítimas. Elas são o termômetro da crise política, e não se pode culpar o termômetro por indicar a gravidade da febre", diz outro trecho.
Em nenhum momento Marina diz ser favorável ao afastamento da presidente e ela chega a criticar novamente políticos que tentam, segundo ela, "instrumentalizar o momento e as instituições" em vez de procurar saídas concretas para a crise. Ela repete defender as investigações.
Marina também traz novamente, no artigo, a defesa do que chama de "nova política" com uma governabilidade baseada em programa de governo e não em distribuição de cargos. A ex-candidata defende que esse é o único caminho para se institucionalizar conquistas e combater a "corrupção, fragilização e descontinuidade de políticas públicas". "Não pode mais se deixar levar, como aconteceu nas eleições de 2014, pela ditadura do marketing, pela lei do mais forte, pelos slogans vazios e pela agressividade das mentiras", diz o texto.
Ela faz críticas indiretas, porém incisivas, à aproximação do Planalto com o presidente do Senado, Renan Calheiros - que lançou o conjunto de propostas batizado "Agenda Brasil". "Chega de agendas meramente de poder ou de manutenção do status quo, que são positivas apenas para quem as faz e sempre surgem nos momentos de crise para contrabandear acordos e propostas patrocinadoras de retrocessos contrários aos interesses dos mais frágeis", afirma no texto. "Não é hora de manobras de bastidores pactuadas por poucos", argumenta em outro trecho..