Novos pedidos de inquérito da Operação Lava Jato envolvendo políticos - com base em delações premiadas feitas recentemente - só devem chegar ao Supremo Tribunal Federal (STF) após serem oferecidas as primeiras denúncias referentes aos 26 inquéritos já em curso na Corte.
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Teori nega pedido de Eduardo Cunha para tirar ação da Lava-Jato de MoroPGR vai denunciar Cunha ao Supremo por corrupçãoOs procuradores da Lava-Jato repetem, nos corredores da PGR, que não há uma data para encaminhar as denúncias ao Supremo, já que a prioridade é enviar peças bem elaboradas, mas a expectativa é de que o material seja encaminhado ao STF nesta semana.
Os investigadores do grupo de trabalho do procurador-geral da República, Rodrigo Janot, têm virado noites na elaboração das peças e estão "finalizando" esta etapa do trabalho. Ao chegar ao STF nesta tarde, Janot, que tem adotado postura discreta durante as investigações, evitou falar em prazo para as denúncias.
A oferta de denúncia é o segundo passo na investigação, que vem após a instauração e conclusão do inquérito. É quando o Ministério Público entende que já existem elementos suficientes para que um investigado passe a responder a uma ação penal e pode acontecer mesmo antes do vencimento do prazo dos inquéritos abertos, que no caso da Lava-Jato se encerra em 31 de agosto.
As investigações referentes à Lava-Jato, em curso no Supremo desde março, são decorrentes das delações firmadas pelo doleiro Alberto Youssef e pelo o ex-diretor de Abastecimento da Petrobras Paulo Roberto Costa. De março até agora, o STF já homologou pelo menos duas novas delações: a de Rafael Angulo, o "mensageiro" de Youssef, e a do empreiteiro e dono da UTC Engenharia, Ricardo Pessoa. A expectativa é de que as informações prestadas por Ângulo sejam anexadas aos inquéritos já em curso.
Já o depoimento de Pessoa deve dar origem a novos inquéritos. O Supremo já recebeu 30 procedimentos referentes às últimas delações que devem ser transformados em novos inquéritos. Esse número não coincide, necessariamente, com a quantidade de investigados ou de novos inquéritos.
Políticos
O presidente da Câmara, deputado Eduardo Cunha (PMDB-RJ), e o senador e ex-presidente da República Fernando Collor (PTB-AL) estão na lista dos políticos que já devem ser denunciados nesta semana pela Procuradoria-Geral da República.
Os dois protagonizaram ataques explícitos a Janot desde a abertura das investigações.
Na maioria dos casos, no entanto, investigadores devem pedir a prorrogação dos inquéritos - situação em que deve se encaixar o presidente do Senado, Renan Calheiros (PMDB-AL).
Além disso, há a expectativa de que os procuradores encaminhem ao menos um pedido de arquivamento de investigação: a peça relacionada ao senador Antonio Anastasia (PSDB-MG), por falta de indícios que o relacionem ao esquema de corrupção na Petrobras..