Mais de 500 prefeitos mineiros cobram do governo de Minas o pagamento de R$ 400 milhões referentes às arrecadações de multas de trânsito nos últimos três anos. As prefeituras aderiram no início de 2012 a um convênio com o governo estadual que dá a elas o direito a 50% do valor das infrações autuadas em território municipal. No entanto, segundo a Associação Mineira dos Municípios (AMM), desde o final de 2012, os repasses para os municípios estão congelados. Os gestores municipais querem definir um cronograma sobre o restabelecimento das transferências, mas afirmam que até agora o estado não demonstrou interesse em cumprir o acordo. Nesta sexta-feira (21), prefeitos se reúnem com o governador Fernando Pimentel (PT) para pedir uma solução sobre a falta dos repasses.
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Prefeituras defendem projeto que barra empréstimo de pessoal para órgãos estaduais e federaisSem dinheiro, prefeituras do interior cortam de energia a secretariasAusteridade a longo prazo nas prefeiturasPrefeituras de cidades mineiras sofrem com a crise econômica“Essa questão foi muito discutida com o governo passado e não houve solução. É um dos temas que vamos discutir com o governador e que representa um recurso importante para os pequenos municípios.
O peemedebista avalia que o momento é de dificuldades financeiras para o estado e afirma que não sabe se os recursos arrecadados com as multas já foram transferidos para outras finalidades, mas espera que a Secretaria da de Estado da Fazenda se organize para garantir o que é de direito das prefeituras. Além dos repasses dos recursos das multas, os prefeitos vão discutir com o governador questões como a revisão da Lei Robin Hood, que trata da distribuição do ICMS entre os municípios, e os gastos com o transporte escolar.
O convênio motivo de disputa entre prefeitos e governo estadual foi assinado em abril de 2012 e alterou a responsabilidade do estado e dos municípios sobre as infrações de trânsito. A adesão ao convênio foi opcional. Aquelas prefeituras que aderiram ficaram com a responsabilidade sobre as infrações referentes à circulação, parada e estacionamento de veículos.
Segundo a Secretaria da Fazenda, para regularizar os repasses será “necessário um sistema informatizado para apuração dos valores”. Por meio de nota, a pasta informou que o sistema está em desenvolvimento e “a previsão é de que esteja em funcionamento nos próximos meses”.
Os municípios que contam com departamento de trânsito ficam responsáveis pela fiscalização, enquanto os que não têm o órgão delegam a função para o estado, por meio da Polícia Militar (PM). A regra definiu que metade da receita arrecadada com as infrações fica nos cofres municipais e deve ser destinada a ações de sinalização, engenharia de tráfego, de campo, policiamento e ações de promoção da educação no trânsito..