Rio - Alvo da Procuradoria Geral da República (PGR) por suspeitas de corrupção na Petrobras, o presidente da Câmara, Eduardo Cunha (PMDB-RJ), também está na mira de uma série de manifestações marcadas para esta quinta-feira em todo o país. "Estamos torcendo para que a denúncia (da PGR contra Cunha) saia hoje (nesta quinta-feira) ou amanhã (sexta-feira, dia 21)", disse Raimundo Bonfim, da Central de Movimentos populares (CMP).
Leia Mais
Congresso aguarda investida de Janot contra CunhaPGR pode pedir afastamento de Cunha da presidência da CâmaraCunha afirma que não vai deixar Presidência da CâmaraMotta não mudará agenda da CPI por denúncia contra Cunha; sessão tem bate-bocaCentro de informática da Câmara diz que busca de dados respeitou ordem judicialDenúncia contra Cunha por lavagem e corrupção deve seguir hoje para o STFManifestações foram programadas em 23 Estados e em alguns deles são uma espécie de contraponto aos protestos de que pediram o impeachment da presidente Dilma Rousseff. Mais de 20 grupos participam da organização. Os mais conhecidos são a Central Única dos Trabalhadores (CUT), Movimento dos Sem Terra (MST), Movimento dos Trabalhadores Sem Teto (MTST), União Nacional dos Estudantes (UNE) e a CMP. PSOL e PC do B aparecem como apoiadores e o PT usou inserções na TV para divulgar as manifestações.
Devido às diferenças políticas e ideológicas dos organizadores, foi definida uma pauta única enxuta, cujos eixos são a crítica ao ajuste fiscal e à Agenda Brasil, rejeição à pauta conservadora personificada pelo presidente da Câmara e a defesa da democracia.
O último item foi a forma encontrada para abordar a defesa do mandato de Dilma sem causar divergências. A ênfase varia conforme a orientação de cada grupo. O MTST, por exemplo, prioriza as questões econômicas e adota tom crítico ao governo. Já a CUT, UNE e CMP, abertamente contrários ao impeachment da presidente, levarão cartazes com a frase "Não vai ter golpe".
Embora não tenham sido formalmente convidados, políticos são esperados.
Em São Paulo, os movimentos esperam levar mais de 50 mil pessoas às ruas. Até hoje estavam confirmados 350 ônibus para o transporte dos manifestantes até o Largo da Batata, na zona oeste, local da concentração, às 17h. De lá seguem até a Avenida Paulista, passando pelas Avenidas Faria Lima e Rebouças.
Rio
Estão programados dois atos no centro do Rio hoje. Militantes do MTST se reúnem às 11h na Cinelândia. "Não é um ato em defesa do governo Dilma Rousseff. É um ato contra a ofensiva de direita conservadora", disse Felipe Brito, um dos coordenadores do MTST. Os manifestantes vão caminhar até o Largo da Carioca.
Já a CUT organiza o movimento Mais Democracia e Mais Direitos, a partir das 14h na Candelária e tem como principal bandeira a defesa da legalidade democrática e do Estado de Direito.
Minas
Em Belo Horizonte, cerca de 15 mil pessoas são esperadas no ato marcado para as 16h na Praça Afonso Arinos, no centro. O coordenador do MST em Minas, Silvio Neto, nega que o ato seja um contraponto ao protesto realizado no domingo contra a presidente que, segundo a Polícia Militar, mobilizou cerca de seis mil pessoas. "Foi um fiasco tão grande que nem damos mais bola para esses caras", diz Neto. .