Brasília - A chanceler alemã, Angela Merkel, desembarcou nessa quarta-feira, 19, no Brasil acompanhada de 12 ministros para uma visita oficial que tem na agenda temas como a reforma do Conselho de Segurança da ONU e parcerias em áreas de meio ambiente e mudanças climáticas. A líder europeia foi recebida em um jantar pela presidente Dilma Rousseff, com quem voltará a se encontrar nesta quinta-feira, 20.
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Dilma promete revanche de 7 a 1 em jantar com Merkel no AlvoradaDilma usa visita de Merkel para buscar apoioPartidos da base apresentam 'Agenda Brasil' da Câmara com temas polêmicosA viagem da chanceler foi questionada pela imprensa alemã após os protestos de domingo contra Dilma. O porta-voz do governo de Berlim, Steffen Seibert, respondeu que as "questões internas" do governo brasileiro não definem a agenda de visitas de Merkel.
O encontro entre as chefes de governo - que não é uma visita de Estado, mas uma reunião bilateral de alto nível, no jargão diplomático - é a primeira de uma sequência de reuniões que devem ocorrer a cada dois anos entre os dois governos para tratar de temas de interesse mútuo e foi acertado durante a visita de Merkel ao Brasil no ano passado, na Copa do Mundo.
A Alemanha só mantém esse tipo de diálogo com alguns países europeus - França, Espanha, Itália, Polônia e Holanda -, além de EUA, China, Israel, Índia e Rússia. O Brasil foi incluído na lista no ano passado.
O foco alemão no Brasil, além da cooperação na área ambiental - o país deve fazer um investimento de R$ 52 milhões em programas nessa área - e de energia, é tentar ampliar a presença de empresas no mercado brasileiro e garantir espaço em uma concorrência com a China.
Em entrevista ao canal alemão Deutsche Welle, Reinhold Festge, presidente da Associação dos Fabricantes de Máquinas e Instalações Industriais, destacou a necessidade de os produtos alemães "marcarem presença" no Brasil.
Do lado brasileiro, a presidente pretende apresentar seu plano de concessões a Merkel e tentar atrair investimentos, especialmente na área de portos. O Plano de Logística, que prevê a necessidade de R$ 198,4 bilhões para infraestrutura, vem sendo vendido pela presidente em viagens ao exterior e aos líderes que visitam o Brasil - o governo vê como essencial a entrada de recursos estrangeiros.
Desta vez, a chanceler alemã não trouxe com ela empresários, apesar do interesse alemão no mercado brasileiro. Em setembro, um encontro apenas de negócios deve ocorrer em Santa Catarina. Ainda assim, a economia deverá ser um dos pontos centrais da conversa entre as duas líderes.
Na tarde dessa quarta-feira (19), Dilma reuniu no Palácio do Planalto representantes de 20 empresas que têm investimentos na Alemanha.