Brasília - O vice-ministro de Finanças da Alemanha, Jens Spahn, mostrou-se surpreso com o tamanho de projetos do governo brasileiro, avaliou que a economia doméstica precisa melhorar e deu um recado claro: apesar do interesse, as empresas alemãs só investirão no Brasil se tiverem informações mais claras e seguras sobre cobrança de impostos, retorno de investimentos e, especialmente, questões regulatórias. O alemão conversou com jornalistas após reunião com o ministro da Fazenda, Joaquim Levy, na sede da Pasta.
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Ministros da Defesa do Brasil e Alemanha reafirmam cooperação entre dois paísesDilma usa visita de Merkel para buscar apoioDilma promete revanche de 7 a 1 em jantar com Merkel no AlvoradaQuestionado sobre o andamento da economia doméstica, Spahn disse meio constrangido, mas rindo: "Obviamente, a economia brasileira está em uma situação que precisa melhorar, que precisa de mais investimentos", considerou. Ele disse ter ficado "impressionado" com o projeto do governo de investimentos em todo o País de 5 mil quilômetros de novas estradas. "É algo realmente impressionante pelo tamanho, principalmente quando viemos de um país pequeno."
O vice-ministro disse que o interesse de seu país é dar "apoio" ao governo brasileiro. "Apoiamos o governo brasileiro para que possa voltar ao crescimento, diminuir o desemprego e ter uma vida melhor", citou.
Quando perguntado, porém, quais os reais investimentos que a Alemanha poderia fazer no Brasil, Spahn disse que, na verdade, sobre essa questão, é preciso ter mais informações sobre as regulações dos contratos e segurança sobre o que acontece no País. "Queremos que mais empresas alemãs invistam no Brasil, mas, para isso, precisamos de mais estrutura.
Ele agradeceu o convite brasileiro e disse que os dois países estão preparando encontros entre companhias, para trazer mais informação e mais segurança aos investimentos. "Foi um bom encontro, conversamos sobre como trabalhar juntos. Especialmente trocar informações sobre taxas sobre investimentos no Brasil."
A chanceler alemã Angela Merkel e uma comitiva de 12 ministros alemães chegaram ontem ao País para uma visita oficial que tem na agenda também temas como a reforma do Conselho de Segurança da ONU e parcerias em áreas de meio ambiente e mudanças climáticas..