Brasília - No dia em que deve ser denunciado pela Procuradoria-Geral da República no âmbito da Operação Lava-Jato, o presidente da Câmara, Eduardo Cunha (PMDB-RJ), afirmou que a institucionalidade de seu cargo "continua exatamente da mesma forma". O deputado ressaltou que não tem expectativa nem comentários sobre a possibilidade de ser denunciado.
Antes da abertura de sessão no plenário, Cunha foi questionado sobre os pedidos de impeachment da presidente Dilma Rousseff que tramitam na Casa. "O processo é exatamente do jeito que estava indo", disse. "O que eu foi decidir é dentro da mesma ambiência técnica que eu estava seguindo".
Cunha comentou ainda a nota divulgada na manhã desta quinta-feira, 20, pelo centro de informática da Câmara, que informou que a busca da Polícia Federal no edifício extraiu somente os registros de Cunha e da ex-deputada do PMDB Solange Almeida, e não de todos os deputados. Ontem, o presidente havia afirmado que iria provar que os dados coletados na busca foram de todos os parlamentares.
Hoje, Cunha explicou a afirmação. "Eu não disse que extraíram os dados, disse que tiveram acesso", afirmou. "Eles coletaram, coletaram do sistema. O que eles copiaram ou o que eles levaram é o que eles colocaram no processo."
O deputado afirmou ainda que a vinda da Polícia Federal ao prédio para busca não era necessária. "Bastava ter notificado e teria sido fornecido exatamente o que eles notificaram. Não precisaria ter sido feita a busca", afirmou.