São Paulo - O presidente da Câmara de Deputados Eduardo Cunha está na manhã desta sexta-feira no Sindicato dos Metalúrgicos de São Paulo, onde um evento se tornou um ato de desagravo a ele e também de manifestações pró-impeachment da presidente Dilma Rousseff. Cunha chegou a pé e foi recebido com ares de celebridade por dezenas de manifestantes da Força Sindical, vestidos com coletes laranjas e com bandeiras da entidade. O evento havia sido marcado há duas semanas, com objetivo de discutir a apreciação de vetos da presidente Dilma Rousseff a chamadas pautas-bomba, como a extensão da regra de reajuste do salário mínimo a aposentadorias.
O apoio a Cunha vem um dia depois de ele ter sido denunciado ao STF por suposto envolvimento no esquema de corrupção da Petrobras. Cunha chegou acompanhado do deputado Paulinho, seu aliado e um dos principais líderes da Força Sindical.
A sede do Sindicato dos Metalúrgicos de São Paulo tem faixas falando de pautas trabalhistas e também exaltando Cunha, associando-o à defesa dos trabalhadores. Cartazes colocados dos dois lados do palco do auditório do sindicato trazem a foto do parlamentar com os dizeres "Câmara, a Casa do trabalhador" e uma lista de projetos aprovados sob a gestão Cunha neste ano. São eles, segundo o cartaz, o fim do fator previdenciário, mudanças nas MPs do ajuste fiscal, aumento para os aposentados, PEC das domésticas, valorização do salário mínimo e correção do FGTS.
Na entrada do sindicato há um grande banner de protesto pela retenção do adiantamento da parcela do 13º de aposentados. No banner, são alvo de crítica a presidente Dilma e os ministros Joaquim Levy (Fazenda) e Carlos Gabas (Previdência). O material diz que cada um já recebeu em julho adiantamentos de mais de R$ 15 mil referentes ao 13º salário, enquanto aposentados que receberiam adiantamento de R$ 394 não tiveram direito ao benefício.
Depois de ser denunciado ontem, Cunha emitiu nota reafirmando sua inocência e dizendo que foi "escolhido" para ser o primeiro denunciado da lista de Rodrigo Janot, reiterando assim sua argumentação de estar sendo perseguido pelo Planalto.