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Estado de Minas

Dilma diz que governo não vai "apertar o cinto" em programas sociais

A presidente defendeu o papel do governo na criação de oportunidades para que os brasileiros tenham igualdade de condições, independente da região em que vivam.


postado em 21/08/2015 14:50

Dilma disse que a obra de transposição do Rio São Francisco soma-se à construção de adutoras e canais como estratégia para que a região possa conviver com a seca sem as consequências negativas(foto: Roberto Stuckert Filho/ PR)
Dilma disse que a obra de transposição do Rio São Francisco soma-se à construção de adutoras e canais como estratégia para que a região possa conviver com a seca sem as consequências negativas (foto: Roberto Stuckert Filho/ PR)

A presidente Dilma Rousseff reconheceu nesta sexta-feira que o governo está enfrentando dificuldades econômicas, mas afirmou que não vai “apertar o cinto” no orçamento de programas sociais. Dilma inaugurou a primeira estação de bombeamento de água do Eixo Norte da obra de transposição do Rio São Francisco, em Cabrobó, no sertão pernambucano.

“Assim como em casa vocês têm, às vezes, algumas dificuldades com o orçamento, o governo federal também teve. Mas, assim como vocês escolhem onde vão apertar o cinto, nós também e não vamos apertar o cinto em programas essenciais para o país seguir em frente, que são programas sociais como esse aqui.”

Dilma defendeu o papel do governo na criação de oportunidades para que os brasileiros tenham igualdade de condições, independente da região em que vivam. De acordo com a presidenta, os problemas não serão superados com pessimismo.

“Temos dificuldade? Temos sim. Ninguém tem de tapar o sol com a peneira. Mas achar que está tudo ruim não é a forma pela qual a gente constrói canal. A gente constrói canal encarando a dificuldade de frente e ultrapassando a dificuldade com muita água, com muita força no coração e com muita esperança”, afirmou a presidente, numa analogia com as águas da transposição do Rio São Francisco.

Em discurso de cerca de meia hora, Dilma defendeu a obra de críticas. Ela destacou o tamanho do projeto – com quase 500 quilômetros de canais –, atribuindo ao ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva a “vontade política” que tirou a transposição do papel. Segundo Dilma, a ideia de levar as águas do São Francisco para regiões mais secas do Nordeste existe desde que o Brasil era governado pelo imperador D. Pedro I.

“Há nessa obra uma vontade política. É uma obra que esteve colocada como possibilidade durante essa quantidade de anos, mais de 150 anos. Foi preciso que um nordestino fosse eleito presidente, que tivesse sido praticamente expulso de sua casa e tivesse ido para São Paulo e soubesse o preço, o custo em termos de vida, em termos de perspectiva de futuro e esperança ,que a seca impunha para a população do Nordeste. Aí, a vontade de fazer foi muito importante”.

Seca


Dilma acrescentou que a obra de transposição soma-se à construção de adutoras e canais pelo Nordeste como estratégia, de modo que a população da região possa conviver com a seca sem as consequências negativas da estiagem sobre a vida e a produção agropecuária.

“Os primeiros relatórios de que havia seca no Nordeste são do século 16, ou seja, há mais de quatro séculos sabemos que a região sofre com a seca. O objetivo dessa obra é ajudar a nós, brasileiros, nordestinos, a conviver com a seca. Impedir que ela ocorra, não podemos. Só Deus sabe se tem ou não tem chuva. O que podemos fazer e fizemos? Armazenar a água, trazer água de um lugar e garantir que, na hora da seca, a gente possa recorrer àquela água”, afirmou.

A Estação de Bombeamento EBI –1 elevará a água do São Francisco por até 36 metros e permitirá que ela percorra 45,9 quilômetros dos canais e chegue a dois reservatórios. A obra faz parte do Eixo Norte da transposição.

 Com Agência Brasil


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