Jornal Estado de Minas

Aécio defende que PGR investigue campanha de Dilma


O presidente do PSDB, senador Aécio Neves (MG) defendeu neste sábado a decisão do ministro Gilmar Mendes, vice-presidente do Tribunal Superior Eleitoral (TSE), de pedir à Procuradoria Geral da República (PGR) investigação sobre "denúncias de graves ilegalidades no financiamento" da campanha da presidente Dilma Rousseff à reeleição. Para ele, a iniciativa "apenas faz cumprir a legislação".

"Seria extremamente grave se os fortes indícios de utilização de dinheiro proveniente de desvios da Petrobras na campanha de reeleição da atual presidente, corroborados por delação premiada, não fossem devidamente apurados", disse o tucano, em nota.

Em despacho do dia anterior, Mendes determinou à PGR e à Polícia Federal a realização de investigações ao indicar que há "potencial relevância criminal" na campanha petista. E citou haver suspeita de que houve uso de dinheiro desviado na Petrobras no financiamento eleitoral da presidente reeleita.

O tucano disse que o Brasil confia que tanto a PGR quanto o TSE vão cumprir o seu "papel constitucional, garantindo inclusive o amplo direito de defesa aos acusados, mas não se curvando a quaisquer tipos de pressão ou constrangimento". "Felizmente, o Brasil é uma democracia sólida, onde as instituições funcionam e a legislação deve ser cumprida por todos, em especial pela presidente da República", afirmou.

O apoio de Aécio e do PSDB no Congresso às ações do TSE contra Dilma faz parte de uma das quatro frentes abertas pelos tucanos no tribunal para tentar realizar novas eleições. Uma eventual condenação pela Justiça Eleitoral atinge a presidente e seu vice, Michel Temer, levando a um novo pleito.

Em nota, o diretório nacional do PT afirmou que todas as doações que o partido recebeu foram realizadas "estritamente dentro dos parâmetros legais e foram posteriormente declaradas à Justiça Eleitoral".

Nas redes sociais, petistas atacaram o relator do caso no TSE. "O Gilmar Mendes já se posicionou na política contra a Dilma. Não tem mais isenção para conduzir nada", disse Florisvaldo de Souza, secretário de Organização do PT.

"Gilmar Mendes age com a parcialidade usual, defendendo interesses do PSDB e oposição, quer investigar só campanha Dilma. E a do Aécio?", questionou Henrique Fontana (RS), um dos vice-líderes do partido na Câmara, ao afirmar que as duas campanhas receberam "doações legais das mesmas empreiteiras"..