Brasília - Auditoria do Tribunal de Contas da União (TCU) aponta prejuízo de R$ 1,27 bilhão nas obras da Refinaria Presidente Getúlio Vargas (Repar), no Paraná, rateadas pelo cartel de empreiteiras investigado na Operação Lava Jato. Relatório da área técnica da corte, obtido pelo jornal O Estado de S.Paulo, responsabiliza o ex-presidente da Petrobras José Sérgio Gabrielli e outros seis executivos por parte do sobrepreço, entre eles o exdiretor Renato Duque (Serviços) e o exgerente da Diretoria de Serviços Pedro Barusco, ambos investigados por envolvimento nos desvios.
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TCU detecta sobrepreço de R$ 673 milhões em obras da Refinaria de Abreu e LimaOdebrecht inlcui Skaf e Gabrielli em seu rol de testemunhasOdebrecht presenteou Gabrielli e Graça com quadros de 'alto valor', diz força-tarefa da Lava-Jato'Tive algumas reuniões estratégicas com Marcelo Odebrecht', diz GabrielliO TCU julga amanhã os resultados da auditoria, obtidos a partir de material compartilhado pela Justiça Federal, responsável pela Lava Jato no Paraná. Os auditores também pleiteiam documentos para apurar eventual responsabilidade do Conselho de Administração da
Petrobras, que, entre 2003 e 2010, foi chefiado pela exministra da Casa Civil e atual presidente Dilma Rousseff. Essa análise já é feita em outros casos, como o da Refinaria de Pasadena.
'Gorduras'
Quase todo o dano ao erário já apurado é referente a três contratos com o chamado "clube" de empreiteiras.
Para o TCU, a Diretoria Executiva da Petrobras, presidida por Gabrielli de 2005 a 2012, usou estratégias que restringiram a competição em licitações como "estratégia corporativa". As empresas foram contratadas por valores até 19% acima do inicialmente estimado pela
estatal. "Julgase pertinente a atribuição de culpa não apenas ao presidente da companhia da época (Gabrielli), mas também aos então diretores de Abastecimento, Paulo Roberto Costa, e de Serviços, Renato Duque, e ao exgerente executivo Pedro Barusco", declaram os auditores.
A área técnica pede também que se avaliem sanções contra Sérgio dos Santos Arantes, Sandoval Dias Aragão, Fernando Almeida Biato e José Paulo Assis, então gerentes da estatal. .