Brasília - O presidente do Senado, Renan Calheiros (PMDB-AL), elogiou nesta terça-feira a decisão do governo da presidente Dilma Rousseff de anunciar um corte de ministérios e cargos comissionados. Ele ressalvou, entretanto, que a redução poderia ter sido feita antes, como a primeira medida da reforma do Estado.
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Governo anuncia que vai cortar 10 ministérios até setembroGoverno recua e anuncia corte de 10 ministériosAécio diz que governo "se rende ao óbvio" ao anunciar redução do número de ministériosViagem de Temer adia decisão de quais ministérios serão cortados pela presidente Dilma vai cortar cargos e ministérios a partir desta sexta-feira, diz líder do governoO peemedebista destacou que, embora não tenha sido consultado pela presidente, sempre defendeu as medidas anunciadas ontem pelo governo, que devem ser implementadas até o final de setembro. Ele destacou que a reforma do Estado é um grande exemplo do que se pode fazer para o ajuste fiscal.
Questionado se a proposta poderia causar uma insegurança na base aliada, que deve perder ministérios, Renan disse que "sinceramente" não sabe o que o governo está pensando. Mas frisou que a medida é "coerente com o ajuste fiscal que o governo está pretendendo fazer".
O presidente do Senado disse que fará um esforço para votar tudo que está na Agenda Brasil, conjunto de iniciativas anticrise lançado por ele. "Vamos ouvir líderes, instalar a comissão que vai cuidar de todos os pontos desta agenda. É importante para o Brasil que a gente avance com relação a este objetivo", afirmou.
Temer
Renan fez elogios ao vice-presidente Michel Temer (PMDB-SP), um dia após a decisão dele de deixar o "varejo" da articulação política. Segundo o presidente do Senado, Temer tem uma "grande contribuição a dar ao País".
"Ele (Temer) tem o nosso apoio para permitir que cumpra o papel que lhe possa ser eventualmente cobrado.
O presidente do Senado disse ter conversado na segunda-feira com Temer, que, segundo ele, se mostrou disposto a ajudar. "É importante que nós possamos, neste momento de dificuldades, inclusive na área política, apoiar as pessoas que querem fazer o bem", afirmou.
Segundo Renan, Temer não lhe relatou na conversa nenhuma insatisfação com o PT. Nos bastidores, esse é um dos motivos alegados pelo vice e por aliados para a saída dele da função.
Janot
O presidente do Senado disse, ainda, não acreditar em surpresas na votação secreta que pode reconduzir amanhã o procurador-geral da República, Rodrigo Janot, mesmo diante do fato de vários senadores - inclusive ele - serem investigados na Operação Lava Jato.
"Acredito que não (haverá surpresas). Acho que a maior demonstração que o Senado pode dar de isenção neste caso é fazer a apreciação da indicação com normalidade, com respeito. Uma coisa muito boa no Brasil, acho que as instituições estão funcionando", disse Renan.
Nessa segunda-feira (24), a cúpula do PMDB do Senado fechou um acordo para dar mais um mandato de dois anos para Rodrigo Janot.
O presidente da Casa reafirmou que a sabatina do procurador-geral está marcada para amanhã na Comissão de Constituição e Justiça (CCJ). Ele disse que, conforme calendário que já estabeleceu, vai levar a indicação ao plenário no mesmo dia..