Brasília - Vivendo um processo de esvaziamento, a CPI da Petrobras tenta nesta terça-feira dar uma nova guinada com a acareação entre o ex-diretor de Abastecimento da Petrobras Paulo Roberto Costa e o doleiro Alberto Youssef. Os delatores da Operação Lava Jato já estão nas dependências da Câmara dos Deputados aguardando o início da audiência, prevista para começar depois das 14h.
Youssef e Costa já foram condenados pela Justiça Federal do Paraná. O ex-diretor da Petrobras cumpre pena domiciliar e é monitorado com uma tornozeleira eletrônica. Já Youssef segue em regime fechado.
Essa é a primeira acareação realizada pela CPI da Petrobras. A primeira tentativa de promover o confronto de versões foi inviabilizada após decisão do STF que liberou o ex-gerente de Serviços da Petrobras Pedro Barusco de participar em julho da acareação com o ex-diretor de Serviços Renato Duque e o ex-tesoureiro do PT João Vaccari Neto.
Desde então, a comissão focou seus trabalhos em oitivas de testemunhas e investigados acusados pela Operação Lava Jato de envolvimento em crimes de lavagem de dinheiro. Foram ouvidos doleiros, ex-funcionários do Banco do Brasil, representantes do Banco Central e do Conselho de Controle de Atividades Financeiras (Coaf) para explicar como funciona a fiscalização sobre doleiros e corretoras de câmbio.
Com a baixa produtividade e depoimentos pouco relevantes, parlamentares que compunham a CPI migraram para outras comissões, como as recém-criadas CPI do BNDES e dos Fundos de Pensão. As últimas sessões foram marcadas por plenários quase vazios e oitivas rápidas, já que poucos parlamentares se inscreviam para fazer perguntas aos depoentes.