Brasília - Um dia antes da sabatina do procurador-geral da República, Rodrigo Janot, que precisa da aprovação do Senado para ser reconduzido ao cargo por mais dois anos, o senador e ex-presidente Fernando Collor (PTB-AL) voltou a usar o plenário do Senado para fazer críticas ao chefe do Ministério Público Federal (MPF).
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Janot pede nova investigação de Collor por peculato e crimes em licitaçõesÀs vésperas de sabatina, Collor chama Janot de 'fascista da pior extração'Collor apresenta voto em separado na CCJ e questiona recondução de Rodrigo JanotTensão e questionamentos dos parlamentares devem marcar sabatina de Janot"Faço um apelo para que o Supremo Tribunal Federal dê um fim, um ponto final (..) que determine ao Sr. Rodrigo Janot que não mais esteja incorrendo em crimes de vazamento de informações que estão sob segredo de Justiça, porque isso é uma garantia inalienável do cidadão inscrito, novamente repito, em cláusulas pétreas em nossa Constituição Federal", disse Collor, em discurso na tribuna do plenário.
Apesar de ter apresentado a denúncia do senador na semana passada, Janot pediu que o STF dê continuidade às investigações envolvendo o grupo de Collor. O parlamentar é acusado de ter recebido R$ 26 milhões em propina. Além dele, outras quatro pessoas ligadas a Collor foram denunciadas por suposta prática de crimes.
Em seu discurso, Collor alegou que as iniciativas de Janot são ações políticas que visam intimidar o Congresso Nacional às vésperas da sabatina a que ele estará sendo submetido na Comissão de Constituição e Justiça. "Tudo isso que o Sr. Rodrigo Janot vem fazendo em relação à minha pessoa de nada adiantará, porque ele não me calará. Eu estarei todos os dias, todos os minutos, todos os instantes, na sua cola, bem próximo dele, ouvindo e sabendo o que ele anda fazendo, as traquinagens que anda praticando, para poder, desta tribuna, denunciar alguém que é um engodo, alguém que vem se fantasiando de arauto da moral, dos bons costumes, dono da verdade, o que ele não o é", disse o senador.
Muito irritado, o senador acusou o procurador-geral de divulgar "mentiras", "sempre com ilações, sempre com conjecturas e, sobretudo, fazendo ou querendo fazer crer que aquilo que ele expele pela sua boca é fruto da mais pura e cristalina verdade, o que nós sabemos não o é", disse o ex-presidente. "Ele quer fazer do Senado Federal uma casa de eunucos, mas isso ele não conseguirá. Ele haverá de saber respeitar as instituições e, sobretudo, uma casa revisora da importância do Senado Federal", disse o senador..