Brasília – O vice-presidente do Tribunal Superior Eleitoral (TSE), ministro Gilmar Mendes pediu que o Ministério Público de São Paulo (MPE-SP) apure mais uma suspeita de irregularidade na campanha de reeleição da presidente Dilma Rousseff. Segundo relatório técnico elaborado pela Secretaria da Fazenda paulista, a empresa Ângela Maria do Nascimento Sorocaba — ME, aberta em agosto de 2014, dois meses antes das eleições, emitiu notas fiscais que somam R$ 3,683 milhões. Desse montante, R$ 1,651 milhão estava em nome da campanha. Além de números sobre a microempresa, o documento traz dados sobre a Focal Confecção e Comunicação Visual — segunda maior fornecedora da campanha presidencial —, que recebeu R$ 24 milhões dos cofres petistas.
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Dilma tem ação incoerente com o discurso que ela propagaDilma e Lula sabiam de propina na Petrobras, reafirma YoussefMaioria do TSE vota por reabrir ação pela cassação de DilmaGoverno federal libera R$ 500 milhões por apoio parlamentarCarlos Antunes, contador da empresa Ângela Maria, afirmou que registrou o empreendimento a pedido de sócios da Embalac. Assim, a própria Embalac seria beneficiada, com a redução no pagamento de impostos ao se manter no cadastro do Simples Nacional, sistema que simplifica o pagamento de tributos. Na prestação de contas de Dilma, constam 29 notas fiscais de serviços prestados pela empresa de Ângela Maria.
A ordem de Mendes para o MP decorre de investigações feitas por diversos órgãos, a pedido do próprio ministro, que decidiu deixar em aberto a prestação de contas da presidente a fim de apurar eventuais irregularidades apresentadas no balanço da petista. Em 2014, as contas da campanha presidencial que reelegeram Dilma foram aprovadas com ressalvas pelo TSE. Com relação à Focal, o Fisco declarou que o documento traz “conclusões preliminares, pois, devido ao grande volume de documentos apresentados, faz-se necessário mais tempo para o aprofundamento das investigações e a elaboração do relatório final”. O PT voltou a afirmar que “todas as doações ocorreram estritamente dentro dos parâmetros legais e foram posteriormente declaradas à Justiça Eleitoral”.
Essa é a segunda vez que Gilmar Mendes determina investigação de possíveis irregularidades na campanha de Dilma. Na sexta-feira, ele pediu que a Procuradoria-Geral da República (PGR) apure eventuais crimes cometidos durante a corrida presidencial. Segundo ele, há “vários indicativos” que apontam o financiamento da campanha e do PT com dinheiro desviado do esquema de corrupção na Petrobras.
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