Brasília - Um dia depois de perder o vice-presidente Michel Temer nas negociações de varejo político, o governo autorizou a liberação de R$ 500 milhões de restos a pagar para os parlamentares. Este foi, inclusive, um dos motivos que levaram Temer a desistir da missão de coordenador político, já que ele acertara a liberação com os deputados, mas as verbas haviam sido retidas pelo ministro da Fazenda, Joaquim Levy.
Reunião
Pela manhã, inclusive, ficou explícita a nova configuração da articulação política. Durante a reunião com os líderes da Câmara, Temer expunha a importância de um debate mais aprofundado sobre a emenda constitucional em tramitação na Casa. Um dos deputados presentes aproveitou a deixa para reclamar da não liberação das emendas. “Por favor, com a palavra, Padilha e Mercadante (Aloizio Mercadante, chefe da Casa Civil)”, declarou Temer, olimpicamente.
“Posso dizer que tudo está acertado, acabei de vir de uma reunião com a equipe econômica que me confirmou a liberação das emendas”, disse Padilha, que ficará responsável pelo “varejo” da política. Temer também tem aproveitado para estreitar as relações com o próprio partido. Na tarde de segunda-feira, encontrou-se com o presidente do Senado, Renan Calheiros (PMDB-AL) e com o líder do PMDB no Senado, Eunício Oliveira (CE). Ouviu de ambos o que queria ouvir. Não haverá qualquer movimento de rompimento ou de votação de matérias que prejudiquem as contas públicas.