Jornal Estado de Minas

Irmãos parlamentares em conflito com o PT querem se desfiliar do partido


O deputado federal Weliton Prado, que entrou com ação na Justiça Eleitoral alegando “justa causa” para se desfiliar do PT, pode não ser a única baixa do partido. Com ele, podem deixar a legenda seus dois irmãos, o vereador Ismar Prado, de Uberlândia, base eleitoral da família, e o deputado estadual Elismar Prado (PT). Os dois podem ir para o mesmo partido de Weliton, que ainda não anunciou seu destino, mas especulações dão conta de que ele pode se aliar ao principal adversário do PT em Uberlândia, o deputado federal e ex-prefeito da cidade Odelmo Leão (PP), que vai disputar a prefeitura com Gilmar Machado (PT), que tentará a reeleição.

Ismar foi um dos articuladores, em junho, da derrota do prefeito na escolha para o novo comando da Câmara Municipal de Uberlândia, hoje nas mãos do vereador Alexandre Nogueira (SD), ligado a Odelmo. Ismar, que era candidato ao comando da Câmara, saiu da disputa na véspera para apoiar Nogueira. O Solidariedade pode ser o destino dos Prados, cada dia mais isolados dentro do PT e também pela base governista. A exceção entre os irmãos é a ex-deputada estadual Liza Prado (PROS), integrante da base de apoio do governador Fernando Pimentel (PT) e atualmente na presidência da Fundação de Educação para o Trabalho de Minas Gerais (Ultramig), entidade vinculada à Secretaria de Estado de Desenvolvimento e Social (Sedese), comandada pelo petista André Quintão. Diferentemente dos irmãos, Liza nunca foi filiada ao PT. Antes de ir para o PROS, ela pertencia ao PSB.

Por meio de sua assessoria de imprensa, Weliton informou que só vai se pronunciar após o pedido de desfiliação ser julgado.
Na ação ajuizada no Tribunal Superior Eleitoral (TSE), no último dia 13, ele alega que a sigla deixou de cumprir o programa partidário e atender aos interesses da população. Weliton também delegou à assessoria de imprensa a justificativa para o silêncio: não quer polemizar com seus pares na Câmara dos Deputados. A cautela seria para evitar “mais constrangimentos”. A assessoria do deputado informou ainda que tem parlamentar petista “que está virando a cara” para Prado, que teria sido evitado também no elevador.

A celeuma que Prado quer evitar agora não o impediu de “peitar” a direção do PT de forma contumaz nos últimos tempos. Ao contrário, ele vem votando sistematicamente contra a orientação do partido. O caso mais emblemático foi o voto favorável à Proposta de Eemenda à Constituição (PEC) 171, que reduz a maioridade penal de 18 para 16 anos, votada e aprovado em dois turnos na Câmara. Prado foi o único dos 59 deputados da bancada petista a votar pela aprovação.

Tempo perdido

Por terem ignorado a legislação eleitoral que determina a participação política feminina em suas propagandas partidárias em maio e junho, o PT, o PMDB e o DEM de Minas perderam 10 minutos de seu tempo de veiculação neste semestre semestre.
A decisão é da corte eleitoral mineira que acolheu ontem, por unanimidade, os pedidos do Ministério Público Eleitoral (MPE). O artigo 45, inciso IV, da Lei 9.096/97 estabelece que as legendas destinem 10% do seu tempo total de propaganda para promover ou difundir a participação política feminina. Os partidos poderão recorrer da decisão.
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