Para questionar a recondução do procurador-geral da República, Rodrigo Janot ao cargo, na Comissão de Constituição e Justiça (CCJ) do Senado, o ex-presidente e senador Fernando Collor (PTB-AL) apresentou um voto em separado no qual anexou à indicação da presidente Dilma Rousseff ao chefe do Ministério Público Federal um calhamaço de 158 páginas.
Collor chegou à comissão nesta quarta-feira, 26, cinco minutos depois de Janot e sentou-se na primeira fila, em frente à cadeira do presidente da CCJ, senador José Maranhão (PMDB-PB). A comissão já abriu a sabatina e Janot já fez sua exposição inicial.
A papelada inclui as cinco representações que Collor - denunciado por Janot na Operação Lava Jato - move no próprio Senado em que acusa, entre outros supostos fatos, o chefe do MP de agir com seletividade e inércia em investigações, abuso de poder e indução, autopromoção e desperdício de dinheiro público. Todas essas representações visariam, em hipótese, ao afastamento do procurador-geral do cargo.
Constam ainda outros dois pedidos de auditoria feitos por Collor para que o Tribunal de Contas da União (TCU) realize duas auditorias em contratos da Procuradoria-Geral da República (PGR) sob a gestão de Janot. Esses pedidos foram aprovados em sessão relâmpago após a deflagração da Operação Politeia, no dia 14 de julho, que levou a busca e apreensão contra Collor e outros dois senadores.