Rio, 26 - O ministro do Trabalho e Emprego, Manoel Dias, afirmou nesta quarta-feira, 26, que o apoio do seu partido, o PDT, ao governo "independe de cargos" e, por isso, não muda com a diminuição de espaço para aliados com a reforma administrativa que pretende reduzir o número de ministérios em dez, como anunciou o governo na segunda-feira, 24.
"Fomos o primeiro partido a apoiar Dilma. Apoiamos o governo no campo popular. Nosso lado é dos trabalhadores", afirmou Dias, após assinar, no Rio, um convênio com a Fundação Getulio Vargas (FGV) para estudos sobre as políticas para imigrantes.
Sobre a redução do número de ministérios, Dias afirmou que a decisão deve ser objeto de estudos, mas apoiou uma "reforma administrativa". Ainda assim, o ministro disse que o Brasil "dobrou de tamanho" e precisa de mais servidores.
Segundo Dias, o apoio ao governo é importante durante a crise política. "Não podemos abandonar o barco. Temos que fortalecer, a fim de que se cumpra o calendário eleitoral e daqui a três anos e meio nós tenhamos novas eleições", afirmou o ministro.
Dias também citou a crise política ao comentar os dados recentes que apontam o aumento do desemprego. "Temos que superar esse pessimismo, resultado de um discurso político que não se conforma com o resultado eleitoral", disse o ministro, apostando na recuperação da economia após os setores produtivos "se organizarem".
Sobre a crise política, Dias ainda comparou o momento atual com o fim do governo João Goulart, deposto em 1964 por um golpe militar. Na visão do ministro, o "cenário é o mesmo; mudam os personagens".
"Todos os países da América Latina que têm adotado políticas emancipatórias estão sofrendo um cerco muito grande de históricos setores conservadores.