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Estado de Minas

Collor sussurrou xingamentos a Janot durante sabatina, segundo relatos


postado em 26/08/2015 16:07 / atualizado em 26/08/2015 16:23

(foto: Geraldo Magela/ Agência Senado )
(foto: Geraldo Magela/ Agência Senado )

No momento mais tenso da sabatina na Comissão de Constituição e Justiça (CCJ) do Senado do procurador-geral da República, Rodrigo Janot, o ex-presidente e senador Fernando Collor (PTB-AL) sussurrou xingamentos ao chefe do Ministério Público Federal. Segundo relatos de dois senadores e integrantes da equipe de Janot à reportagem, o ex-presidente chamou o procurador-geral de "filho da p..." e "calhorda".

O áudio dos xingamentos de Collor - denunciado por Janot na Operação Lava Jato - não chegaram a ser captados pelo sistema de som, uma vez que foram feitos fora do microfone. Também não foram presenciados pela imprensa, pois o ex-presidente está na primeira fila da comissão, de frente para a cadeira do procurador-geral na bancada.

Mesmo diante das provocações, nas respostas a Collor, o chefe do Ministério Público se manteve firme e deu respostas técnicas à bateria de questionamentos sobre a sua gestão e comportamentos. Ele, entretanto, aproveitou para dar uma indireta ao ex-presidente, que saiu do cargo após processo de impeachment: "Não há futuro viável se condescendermos com a corrupção". E finalizou dizendo que todos são iguais perante a lei.

Não é primeira vez que o ex-presidente xinga o procurador-geral. No início do mês, em discurso da tribuna, Collor chamou-o de "filho da p...". Na ocasião, a fala chegou a ser captada pela TV Senado.

Após o embate com Janot, o senador do PTB deixou a sala da CCJ e, sorrindo, não falou com a imprensa.

Lista

O procurador-geral da República negou que haja "seletividade" nas investigações da Lava Jato. Janot afirmou que todos os nomes citados nas investigações chegaram ao Ministério Público após menção feita pelos delatores do esquema de corrupção na Petrobras.

"Falam em 'lista do Janot'. O Janot não fez lista nenhuma. Esses fatos e essas pessoas vieram pelos colaboradores. Nós tivemos a preocupação, nas duas primeiras colaborações e estamos fazendo isso em todas, assim é possível fazer levantamento do sigilo. Abrimos todo o complexo da delação premiada para que não sejamos acusados de seletividade", afirmou ele.


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