São Paulo, 27 - Apesar da afirmação de que, para o PT, o imbróglio envolvendo e ex-prefeita Marta Suplicy é página virada, o presidente estadual da sigla em São Paulo, Emídio de Souza, disse na manhã desta quinta-feira, 27, que a senadora deve explicações sobre a mudança.
Marta deixou a legenda com pesadas críticas e está prestes a se filiar ao PMDB para tentar disputar a Prefeitura da capital paulista. Segundo Emídio, Marta deixou o PT acusando o partido de desvios éticos, mas agora está tendo de conviver com o presidente da Câmara, Eduardo Cunha (PMDB-RJ), denunciado na Operação Lava Jato. "Agora, é ela (Marta) quem vai ter de explicar, desejo boa sorte a ela", disse.
Emídio, que participa hoje de um seminário do PT para discutir propostas de reorganização partidária e ampliação da participação da base, lembrou que Marta deixou a sigla dizendo que não tinha garantia de vaga para disputar a Prefeitura nas eleições do ano que vem, e agora está sem garantia de vaga no PMDB. Segundo o dirigente, Marta vai ter que dar muitas explicações no caminho que decidiu trilhar.
Indagado se a baixa popularidade do prefeito Fernando Haddad (PT) nas pesquisas é uma preocupação para o pleito, Emídio disse que haverá tempo para reverter muita coisa até o ano que vem. "A prioridade agora é defender o mandato da presidente Dilma Rousseff e rechaçar as tentativas (da oposição) de impeachment, sem motivo, essa coisa criada e inventada."
Emídio disse ainda que o PT é especialista em derrotar previsões pessimistas com relação ao seu futuro. "Tivemos decretação de morte anunciada várias vezes e nada aconteceu."
Questionado a respeito das informações sobre saída de correligionários da sigla, o dirigente disse que, no período em que a legenda esteve em alta, de 2007 a 2011, houve um erro na maneira como a sigla cresceu, com pessoas se filiando apenas pelas facilidades eleitorais.