O presidente do Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social (BNDES), Luciano Coutinho, disse nesta quinta-feira, em depoimento à CPI do BNDES na Câmara dos Deputados, que não conhece Fábio Luiz Lula da Silva, o "Lulinha", em resposta à questão do deputado Caio Narcio (PSDB-MG), sobre se manteria relações com o filho do ex-presidente Lula. O presidente do BNDES negou também ter relações com o dono da UTC, Ricardo Pessoa, e com o ex-ministro José Dirceu.
Diante das negativas, o deputado mineiro perguntou se Coutinho abriria mão do seu sigilo telefônico. "Ceder o sigilo telefônico à CPI não é decisão minha, mas uma prerrogativa da comissão", limitou-se a responder.
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Coutinho: Lula jamais interferiu no BNDES por qualquer projeto específicoNão é verdade que o BNDES atende apenas algumas empresas favoritas, diz CoutinhoCPI do BNDES aprova convocação de todos os presidentes do banco entre 2003 e 2015Filho de Lula pede ao STF acesso à delação de Fernando BaianoDono da Exergia diz à CPI ser amigo de Lulinha, mas nega tráfico de influênciaCPI do BNDES marca depoimentos de ex-presidentes do bancoEle voltou a dizer que o ex-presidente Lula também não tem influência sobre os contratos firmados pelo banco. Os parlamentares levantaram coincidências entre os países que receberam financiamentos do BNDES e aqueles que são alvo das ações do Instituto Lula na América Latina e na África.
“A política de exportação é uma política de busca de mercado pelas empresas brasileiras. O BNDES não participa de tratativas no exterior para obtenção de contratos, que são firmados pelas empresas privadas”, afirmou. “Nunca houve interferência do presidente Lula nesses processos junto ao BNDES.
O presidente do BNDES negou que o banco priorize investimentos feitos em outros países, como Cuba e Venezuela. Esse questionamento gerou um princípio de bate-boca entre parlamentares da oposição e da base do governo. “Os números mostram que a infraestrutura no Brasil é mais importante que crédito a outros países. O crédito a exportação de serviços de engenharia é menor que 2% dos desembolsos do BNDES”, respondeu.
Apesar de estar na condição de convidado na CPI, Coutinho disse que não tem problemas em se comprometer a dizer somente a verdade, como juram os depoentes que são convocados para falar na comissão..