São Paulo - O juiz federal Sérgio Moro, responsável pela Operação Lava-Jato, traçou um paralelo entre a investigação brasileira e a Operação Mãos Limpas, na Itália, que desbaratou um esquema de corrupção envolvendo políticos e figuras importantes do governo italiano. "Com tudo que ocorreu (na Itália), muitas oportunidades foram perdidas e isso é uma lição (para o Brasil) com aparecimento de casos de corrupção na administração pública", disse Moro, em palestra em São Paulo.
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Moro nega acesso a processo da operação Pixuleco II à GleisiMoro nega a Odebrecht sigilo em inquéritoGleisi rebate denúncias de Moro e diz que 'não recebeu pagamento nenhum'"Traição entre criminosos", diz Moro sobre delaçõesMoro: Iniciativa privada tem mais condição que governo de lutar contra corrupçãoAo citar a Mãos Limpas, Moro disse que um dado assustador é que 40% dos casos não chegaram a julgamento. "Isso é preocupante porque o nosso sistema judiciário se assemelha ao modelo italiano, que é extremamente lento." E afirmou que o impacto maior da Mãos Limpas foi nos anos 1992 a 1994, e, depois, houve uma reação do poder político que diminuiu as conquistas obtidas, incluindo uma lei de anistia, denominada "lei que salva corrupto".
Moro começou sua palestra falando de lavagem de dinheiro, numa abordagem mais técnica, e depois falou sobre corrupção, traçando o paralelo com a Operação Mãos Limpas, na Itália. Naquele país, a operação ganhou este nome por causa da colaboração de um detido que acabou revelando o megaesquema de corrupção.
"Falam que exagero na prisão preventiva", disse o juiz, citando que, em Milão, o saldo da Operação Mãos Limpas resultou em 800 detenções preventivas. "Ou seja, eu ainda tenho um bom saldo", brincou, arrancando risos da plateia no auditório do Ministério Público Federal de São Paulo. E emendou: "Estou brincando.".