São Paulo - A intenção de receber propinas influencia as decisões de gestores públicos ainda na fase de projetos nos países em que há corrupção em larga escala, afirmou ontem o juiz federal Sergio Moro. Responsável pela Operação Lava-Jato, que investiga um esquema de corrupção na Petrobras, ele participou de um evento para empresários em São Paulo.
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Moro diz ser favorável aos acordos de leniênciaMoro diz que enfrentamento da corrupção sistêmica trará ganhos a todos"Traição entre criminosos", diz Moro sobre delaçõesMoro diz a jornal que a corrupção representa risco para o BrasilAdvogados de Dilma contestam decisão de reabrir contas de campanhaPara Moro, o enfrentamento da corrupção pode ter um custo no curto prazo, mas vale a pena. “No longo prazo, esse enfrentamento da corrupção sistêmica vai trazer ganhos a todos, porque o custo da corrupção sistêmica é algo extraordinário”, disse. O juiz argumentou que a corrupção prejudica a intenção do empresariado em investir no país, prejudica a concorrência livre entre empresas e também impacta a confiança da população nos mecanismos de transparência e Justiça.
Ele destacou a “perda da autoestima” e da “dignidade” dos cidadãos brasileiros como o maior efeito negativo da corrupção. “É preciso que não só as instituições públicas, mas as instituições privadas e todos os cidadãos digam não a essas práticas, ao pagamento de propina. Os ganhos futuros serão muito maiores que os custos imediatos”, afirmou Nas investigações específicas da Petrobras, Moro diz que os prejuízos à estatal vão além dos desvios e chegam a investimentos que não fazem sentido para a companhia..