Brasília - O Palácio do Planalto mobilizou o ministro do Planejamento, Nelson Barbosa, e o líder do governo na Câmara, José Guimarães (PT-CE), para convencer a base aliada a manter os vetos presidenciais que serão analisados na sessão desta quarta-feira do Congresso. Entre os 26 vetos que podem ser derrubados, o Planalto teme quatro que podem gerar impacto de pelo menos R$ 75 bilhões aos cofres públicos nos próximos dez anos.
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Afastado de articulação, Temer negocia antídoto contra pauta-bombaForça Sindical diz que agenda de Renan é "pauta-bomba" contra trabalhadoresApós reunião com Temer, líderes aliados na Câmara prometem evitar 'pautas-bomba'Impacto da pauta-bomba é estimado em R$ 284 bilhõesComeça sessão do Congresso que analisará vetos presidenciaisAlém dessa questão, Guimarães listou aos parlamentares outros motivos de preocupação do governo na sessão prevista para hoje. Pelas contas do Executivo, a extensão da correção do salário mínimo aos benefícios previdenciários tem impacto anual de R$ 9,2 bilhões.
Fator previdenciário
A derrubada do veto que torna mais flexível o fator previdenciário cria uma verdadeira bomba fiscal para o governo. O custo estimado para os cofres públicos é de R$ 40,6 bilhões em dez anos.
Orientado pelo governo, o PT fechou questão pela manutenção dos vetos. Nelson Barbosa e José Guimarães também pediram apoio às bancadas do PC do B e do PROS. O apelo já havia sido feito pela presidente Dilma Rousseff a todos os líderes da base aliada em reunião no Palácio do Planalto na segunda-feira. "Um passo em falso amanhã (hoje) desconstrói a casa que começamos a construir", disse Guimarães.
Sobre o aumento para servidores do Judiciário, o ministro do Planejamento fez coro com o líder do governo, afirmando que o aumento é "explosivo". "É um reajuste excessivo", disse o ministro do Planejamento.
"Este reajuste é incompatível com a situação fiscal do Brasil", afirmou Barbosa. "O governo vetou, mas se ofereceu a ajudar o Judiciário a construir uma alternativa", disse o ministro, em referência a um projeto de lei discutido com o Judiciário para fixar um reajuste ao longo de quatro anos de, em média, 23,3%, com faixa de aumento de 16% a 43%.