São Paulo - No dia em que a Polícia Federal indiciou o ex-ministro da Casa Civil José Dirceu e o ex-tesoureiro do PT João Vaccari Neto por envolvimento no esquema de corrupção investigado pela Operação Lava-Jato, o ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva admitiu que alguns petistas cometeram “erros” e disse que “na vida a gente paga pelo erro”.
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O ex-presidente classificou o momento atual como “delicadíssimo”. Para ele, as manifestações contra o PT e o governo Dilma Rousseff mostram uma “irracionalidade emocional da sociedade”. Lula, porém, separou os manifestantes em dois tipos e disse que o partido não pode reclamar de quem vai às ruas cobrar melhorias.
“A única coisa é que temos que medir as consequências, se estamos fazendo aquilo que nós nos propusemos a fazer. E a gente tem que medir a pressão para saber por que eles estão se manifestando”, disse.
A frase foi interpretada como um recado a Dilma.
Lula ainda fez um ataque indireto ao ex-presidente Fernando Henrique Cardoso. “Tem presidente que fez reunião enquanto era presidente com empresário para arrecadação. A imprensa finge que não ouve”, disse o petista em referência ao fato de FHC ter reunido empresários no Alvorada, no fim de seu mandato, para colher contribuições para o Instituto FHC. Lula tem sido alvo de ataques após o Conselho de Controle de Atividades Financeiras (Coaf) enviou a investigadores da Operação Lava Jato informações sobre doações de empreiteiras investigadas ao seu instituto.
À vontade no sindicato que foi seu berço político, Lula fez piada com o prefeito Fernando Haddad, que era aguardado, mas não apareceu. “Vai ver ele (Haddad) está vindo a 50 km por hora. Ou então de bicicleta”, disse, em referência à redução da velocidades nas vias da cidade e às ciclovias - duas marcas da gestão do prefeito.