O ex-diretor de Serviços da Petrobras Renato Duque chamou de 'mentiroso' um dos delatores da Operação Lava-Jato, o ex-executivo da Toyo Setal Augusto Ribeiro de Mendonça Neto, durante acareação da CPI da Petrobras, realizada nesta quarta-feira na sede da Justiça Federal do Paraná, em Curitiba. Duque e o ex-tesoureiro do PT João Vaccari Neto fora, convocados pela CPI para uma acareação com Mendonça Neto.

O executivo rebateu Duque afirmando que "ele ( Renato Duque) diz isso para se defender". Medonça Neto reafirmou nesta quarta-feira o que disse em delação premiada ao Minitsério Público Federal que pagou entre R$ 50 milhões e R$ 60 milhões em propina a Renato Duque entre 2008 e 2011. O executivo disse que parte da propina foi paga na forma de doações oficiais ao PT. Duque e Vaccari já ahaviam negado a acusação. Nesta quarta-feira, Duque Vaccari afirmaram mais de uma vez que iam manter silêncio diante da CPI.

O relator da CPI da Petrobras, deputado Luiz Sérgio, afirma que, com um só falando e dois mantendo o silêncio, a acareação perde o sentido e seu objetivo não será atingido.

Silêncio

Este terceiro dia da CPI da Petrobras em Curitiba para ouvir investigados pela Operação Lava-Jato também foi marcado pelo silêncio, a exemplo do que ocorreu com o ex-ministro da Casa Civil José Dirceu e Marcelo Odebrecht.

Convocados pela CPI, o publicitário Ricardo Hoffmann, ex-vice-presidente da agência Borghi/Lowe, e o empresário Fernando Antônio Guimarães Hourneaux de Moura usaram do direito de permancer calado diante da comissão. Protegidos por habeas corpus concedidos pelo Supremo Tribunal Federal, os depoentes têm se recusado a falar sobre qualquer coisa que possa incriminá-los.

Hoffmann é acusado de intermediar contratos fraudulentos de publicidade com o Ministério da Saúde, com a ajuda do ex-deputado federal André Vargas. Moura, por sua vez, é apontado pela Polícia Federal como representante do ex-ministro da Casa Civil José Dirceu na Petrobras. Ele foi acusado por Milton Pascowitch de ter recebido R$ 5,3 milhões em propina de contrato de obras da Unidade de Tratamento de Gás Natural de Cacimbas, em Linhares (ES)..