Brasília - A sessão conjunta do Congresso Nacional que iria apreciar 26 vetos presidenciais foi encerrada. O quórum de deputados já havia sido superado - havia 263 deputados no plenário, enquanto o mínimo necessário era 257 -, mas faltavam quatro senadores para que a votação fosse iniciada - 37 marcaram presença e eram necessários 41.
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Começa sessão do Congresso que analisará vetos presidenciaisPadilha diz que governo está contando votos para sessão de vetosParlamentares de oposição disseram que vão pedir ao presidente do Congresso, senador Renan Calheiros (PMDB-AL), que retome a sessão mais tarde. "A chance de reabrir é zero", avaliou o vice-líder do governo na Câmara, deputado Silvio Costa (PSC-PE).
O deputado admitiu que foi uma estratégia dos governistas esvaziar a sessão, uma vez que o Planalto não conta hoje com maioria para manter os vetos presidenciais. "Essa pauta bomba dá um prejuízo para o Brasil de R$ 42 bilhões", declarou. "Enquanto o governo perceber que não tem maioria, é evidente que a gente não vai deixar votar."
Quem acompanhava a sessão pela galeria também se revoltou e deixou o plenário aos gritos de "Justiça". Enquanto isso, um grupo de manifestantes que se concentrava no gramado do Congresso insistiu no buzinaço.
Reajuste
A principal preocupação do governo era a manutenção do veto à proposta de reajuste de 56% para servidores do Judiciário, categoria que tem feito marcação cerrada com placas e buzinas pelas dependências do Congresso.
O reajuste gera despesa de R$ 25,7 bilhões até 2018. Pelas contas do Ministério do Planejamento, a aprovação da medida significa custo adicional de R$ 1,5 bilhão em 2015, R$ 5,3 bilhões em 2016, R$ 8,4 bilhões em 2017 e R$ 10,5 bilhões a partir de 2018.
Além do reajuste do Judiciário, preocupa o Executivo a extensão da correção do salário mínimo aos benefícios previdenciários, um impacto anual de R$ 9,2 bilhões.
A derrubada do veto que torna mais flexível o fator previdenciário também criaria uma verdadeira bomba fiscal para o governo.
O governo ainda demonstrou preocupação com a manutenção do veto ao texto que permite que servidores de ex-territórios da União sejam anexados à administração federal..