Brasília - A presidente Dilma Rousseff fez nessa quarta-feira, 2, novo apelo para que o vice, Michel Temer, reassuma a articulação política do governo, mas ouviu um "não" como resposta. Os dois almoçaram, no Palácio da Alvorada, e Dilma pediu ao vice que volte a fazer a "ponte" com o Congresso. Mas Temer recusou.
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O assessor especial da Presidência Giles Azevedo foi designado por Dilma para ouvir deputados e senadores da base e montar a blindagem do governo na CPI do BNDES. No novo modelo planejado por Dilma, Giles permaneceria como uma espécie de "ouvidor", mas não seria ministro. Hoje, além de assessor da presidente, ele é conselheiro da empresa Itaipu Binacional.
Com a saída definitiva de Temer da articulação política, o ministro da Aviação Civil, Eliseu Padilha (PMDB), deixará o "varejo" das negociações com o Congresso. Apesar de ocupar a Aviação Civil, Padilha despachava no gabinete da pasta de Relações Institucionais desde abril, quando Temer assumiu a tarefa.
Na reforma administrativa, Padilha é cotado para assumir o Ministério dos Transportes, que deverá ser fortalecido.
'Atabalhoada'
Na conversa dessa quarta-feira, Temer disse a Dilma que o governo erra na forma como vem tratando a crise e citou a proposta de recriar a Contribuição Provisória sobre Movimentação Financeira (CPMF), que, no seu diagnóstico, foi tratada de forma "atabalhoada".
Dilma concordou e convidou Temer para uma reunião, no domingo, no Alvorada, com o objetivo de encontrar saídas para o déficit orçamentário. O vice informou Dilma de que na terça-feira reunirá governadores do PMDB, além dos presidentes do Senado, Renan Calheiros (AL), da Câmara, Eduardo Cunha (RJ), e ministros do partido, para discutir como debelar a crise política e econômica. .