O procurador-geral da República, Rodrigo Janot, encaminhou ao Supremo Tribunal Federal (STF) um parecer que pede a rejeição do pedido apresentado pelo ex-ministro da Casa Civil José Dirceu, para sua transferência a Brasília. Dirceu está preso há um mês em Curitiba, por decisão do juiz Sérgio Moro, responsável pela condução da Operação Lava-Jato na 1ª instância.
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CPI dos Fundos de Pensão convoca Dirceu, Gerson Almada e irmãos PascowitchMoro autoriza transferência de Dirceu para presídio estadualPF comprova pagamento de R$ 11,8 milhões de propina a DirceuJanot quer investigar campanhas petistasDenúncia pode levar à regressão de regime de Dirceu no mensalão, diz procuradorNão está em questão o que Dirceu fez pela democracia, diz procuradorA defesa então entrou com um agravo, que agora será analisado pelo plenário da Corte. No pedido de transferência, os advogados argumentam que Dirceu já cumpria pena em regime aberto, imposta pelo julgamento do mensalão. Além disso, é levado em conta pela defesa o fato de o ex-ministro ficar mais próximo de seus familiares, que residem na capital federal.
Contudo, Janot entende que os pedidos dos advogados "carecem de embasamento legal" e que não há motivo para "se falar em conciliação de prisões". "Não há qualquer empeço à transferência do agravante a outra unidade da federação, local onde estão concentrados os demais atos de investigação", escreveu Janot, entendendo não haver relação entre as duas prisões, uma por condenação no mensalão e outra, por suposto envolvimento da Lava-Jato.
"Ademais, o sentenciado não possui foro por prerrogativa de função, não havendo necessidade de pronunciamento do STF em questões desse jaez relativamente e ele", completou Janot.
O procurador-geral lembrou ainda do caso do ex-deputado Pedro Corrêa (PP-PE), que teve prisão preventiva decretada por Moro enquanto cumpria pena pelo julgamento do mensalão. No caso do ex-deputado, o STF rejeitou o pedido de transferência de Curitiba para Pernambuco e o político permanece no Paraná.
"A situação do agravante em nada difere do sentenciado Pedro Corrêa", argumentou Janot. O pedido agora será analisado pelo Plenário do Supremo.
Lava-Jato
A prisão foi decretada por Moro diante das acusações de que o ex-ministro teria sido beneficiado pelo esquema de corrupção que desviou bilhões da Petrobras.