O procurador da República Deltan Dallagnol, coordenador da força-tarefa da Operação Lava-Jato, afirmou nesta sexta-feira, que o envolvimento do ex-ministro da Casa Civil José Dirceu em um esquema de corrupção e lavagem de dinheiro "é mais um capítulo de uma história do uso do poder para fins particulares".
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Não está em questão o que Dirceu fez pela democracia, diz procuradorProcuradoria denuncia Dirceu, Vaccari e mais 15 por corrupçãoJanot recomenda que Supremo rejeite pedido de transferência de José DirceuDenúncia pode levar à regressão de regime de Dirceu no mensalão, diz procuradorDirceu deve receber pena superior a 30 anos, prevê procuradorSegundo Deltan, R$ 64 milhões foram lavados pela organização supostamente dirigida por Dirceu, que teria promovido 129 atos de corrupção ativa, 31 de corrupção passiva e 674 atos de lavagem de dinheiro entre 2004 e 2011.
O ex-ministro José Dirceu, preso preventivamente desde 3 de agosto pela Lava-Jato, foi denunciado pelo Ministério Público Federal nesta sexta-feira. Além do ex-ministro, também foram denunciados o ex-tesoureiro do PT João Vaccari e outros 15 investigados na Operação Pixuleco, desdobramento da Lava-Jato. Todos são acusados de organização criminosa, corrupção e lavagem de dinheiro.
Roberto Marques, o Bob, é apontado como braço direito do ex-ministro. Luiz Eduardo de Oliveira e Silva é irmão e ex-sócio de José Dirceu na JD Assessoria e Consultoria - empresa pela qual o petista teria recebido propinas do esquema de corrupção e propinas instalado na Petrobras entre 2004 e 2014. Camila Ramos de Oliveira e Silva é filha de Dirceu.
Também estão entre os denunciados a arquiteta Daniela Leopoldo e Silva Facchini - que reformou a casa de Dirceu em um condomínio de luxo em Vinhedo (SP) -, o lobista Fernando Moura, ligado ao PT, seu irmão Olavo Moura, o delator Milton Pascowitch - pivô da deflagração da Pixuleco que levou o ex-ministro à prisão, seu irmão José Adolfo Pascowitch, o ex-diretor de Serviços da Petrobras Renato Duque e o lobista Julio Camargo.
Estão na lista ainda os executivos Cristiano Kok, José Antunes Sobrinho e Gerson Almada, todos da Engevix, e Julio César Santos, ex-sócio de Dirceu, em cujo nome está a casa onde mora a mãe do ex-ministro, em Passa Quatro (MG).
Dirceu é acusado por receber propinas da Petrobras em cinco diferente projetos da Engevix com a estatal.