A Raiz, movimento que começou com dissidentes do grupo em torno de Marina Silva, planeja fazer uma assembleia de fundação do seu partido em janeiro de 2016, aproveitando o Fórum Social Mundial em Porto Alegre. Curiosamente, o movimento acontece quando Marina está prestes a conseguir no Tribunal Superior Eleitoral o aval para que sua Rede Sustentabilidade se oficialize como partido.
A Raiz começa agora o processo que a Rede já trilha há mais de dois anos. Fará uma assembleia de fundação para então pedir autorização ao TSE para começar a colher assinaturas. O movimento se expandiu. Tem hoje site, documentos publicados e um estatuto. Conta com mais de 800 militantes - cerca de 40 deles vieram da Rede Sustentabilidade, de onde se desgarraram desiludidos após um processo eleitoral conturbado, em que Marina virou candidata presidencial após a morte de Eduardo Campos e, depois de sair derrotada no primeiro turno acabou apoiando Aécio Neves do PSDB.
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Aliados de Marina Silva aguardam registro da Rede para o mês que vemRede não tem pretensão de ser a resposta, mas de atualizar a política, diz MarinaTSE autoriza registro da Rede Sustentabilidade"Não queria fazer críticas à Rede, nós tomamos caminhos diferentes e desejamos a eles boa sorte", disse Turino, atualmente a principal liderança da Raiz, ao Broadcast Político, serviço em tempo real da Agência Estado.
Questionado sobre o momento de crise política e econômica, em que o Congresso discute uma reforma política, Turino defende não ser uma contradição agregar mais uma legenda às 32 que já existem no País. "Tem todos esses partidos, mas também não os temos de fato. É tudo muito igual. É necessário criar alternativas, porque estamos em um quadro de depressão social muito grande e o principal malefício desse processo é a desesperança, que gera medo e gera ódio. Pode parecer utopia, mas precisamos de generosidade, de caminhos irmanados", defendeu Turino.
Neste feriado prolongado, a Raiz promove uma plenária em São Paulo, que é mais um encontro em que debatem os fundamentos ideológicos e rumos políticos até esta segunda-feira, 7. O encontro tem participação prevista de políticos que apoiam o movimento, como deputada federal Luiza Erundina (PSB-SP), o ex-deputado que atua no governo de Flavio Dino no Maranhão (PCdoB), Domingos Dutra, que foi do PT e atualmente está no Solidariedade, e de Marília Arraes, vereadora de Recife, que brigou com a família por considerar que ela não tem defendido os princípios do avô falecido Miguel Arraes.
Inspirado em movimentos como o Podemos, da Espanha, e o Syriza, da Grécia, a Raiz pretende ser um partido baseado nos conceitos do bem comum, do bem viver e do ecossocialismo.
Assim como a Rede, a Raiz pretende ter uma estrutura mais horizontal, sem um presidente e com decisões colegiadas. O movimento já tem hoje e pretende levar para a formação de partido a organização em círculos temáticos, com círculos de jovens, LGBT, regionais etc. Segundo Turino, o projeto atual é que o que seriam as executivas estaduais e nacional da Raiz se chamem "esferas". "Alguns dos nossos representantes vão ser eleitos em convenção, algumas pessoas serão indicadas pelos círculos e outras por grupos de trabalhos.
As esferas estaduais também farão indicações para a nacional e haverá integrantes escolhidos por sorteio. Tudo isso evita a composição por tendências ou por grupos políticos..