O presidente da Câmara dos Deputados, Eduardo Cunha (PMDB-RJ), afirmou que irá ao jantar nesta terça-feira, 8, com governadores do PMDB e com o vice-presidente Michel Temer, no Palácio do Jaburu, em Brasília, apenas como convidado e que desconhece a pauta do encontro. "Fui convidado para participar de um jantar pelo governador (Luiz Fernando) Pezão (PMDB-RJ) e depois pelo vice-presidente Michel Temer, nem sei qual é a pauta, nem qual é o conteúdo da discussão, mas claro estarei presente, como sempre vou. Vou ouvir", afirmou.
Cunha não acredita que a conversa de hoje seja para debater rumos do partido. "Eu não entendi que é coisa política de PMDB, entendi que é coisa que tem a ver com pauta Legislativa. Ali não tem discussão política interna do PMDB, ate porque se fosse tinha que ter mais gente", afirmou.
O deputado evitou falar sobre a ausência de caciques do PMDB no desfile de 7 de setembro, ontem, em Brasília. Além de Temer, apenas o titular da Pesca, Helder Barbalho, participou do evento. Os outros cinco ministros do partido não compareceram.
Pronunciamento
A respeito do pronunciamento da presidente Dilma Rousseff pelo Dia da Independência, em que ela afirmou que o governo terá que usar "remédios amargos", como cortes de gastos sociais, para resolver o problema do déficit público, Cunha afirmou que isso 'é óbvio'. Segundo Cunha, o governo terá que optar em aumentar a dívida bruta, cortas gastos ou aumentar receitas. "Aumentar receitas pode se dar ou pela melhoria da economia ou pelo aumento de alíquotas ou criação de tributos. E como o aumento de alíquotas ou criação de tributos é uma situação que nem a sociedade nem o empresariado estão a fim, acho que ela vai ter que partir para o remédio amargo que é cortar gastos", explicou. "É uma coisa normal."
O presidente da Câmara minimizou o fato de Dilma ter reconhecido erros do governo e disse que essa cobrança de um mea culpa é de natureza política, por conta do processo eleitoral que foi bastante acirrado e por conta de promessas de campanha que não foram cumpridas. "Eu me atenho a situação real", disse. "Agora se o objetivo é cortar o déficit ela vai ter que propor soluções.
Cunha comentou ainda a possibilidade de a área econômica recorrer à elevação das alíquotas de tributos que não precisam de aprovação do Congresso Nacional, como Cide, IPI e IOF, para tentar reduzir o rombo no Orçamento da União e disse que isso precisa ser mais bem estudado, pois pode ter impactos em alguns setores. "O governo já fez isso em 2015, aumentou PIS e Cofins sobre receita financeira por decreto, já vem fazendo essa prática, que também não é saudável", avaliou.
Para o deputado, um eventual aumento na Cide, por exemplo, certamente terá um impacto na inflação. "Se o governo está tentando controlar a inflação, que já está alta, pode ser um tiro no pé (o aumento da Cide). Eu não faria isso", afirmou..