Brasília, 08 - Ao oficializar a criação de um movimento suprapartidário que está se formando na Câmara dos Deputados em prol do impeachment da presidente Dilma Rousseff, líderes da oposição na Casa criticaram a possibilidade de o governo recorrer ao aumento de impostos para tentar ajustar as contas públicas.
"A presidente Dilma escolheu o caminho mais fácil que é pôr a mão no bolso do contribuinte", disse o líder da minoria na Câmara, deputado Bruno Araújo (PSDB- PE). Para ele, a possibilidade de aumentar tributos administrados é uma "forma covarde" que o governo encontrou para não ver suas intenções de elevação de impostos barrada pelo Congresso.
Além da possibilidade da área econômica recorrer à elevação das alíquotas de tributos que não precisam de aprovação do Congresso Nacional, como Cide, IPI e IOF, para tentar reduzir o rombo no Orçamento da União, agora à tarde, o ministro da Fazenda, Joaquim Levy, disse que elevar o imposto de renda "pode ser um caminho" para equilibrar as contas.
Segundo Araújo, qualquer elevação de tributo que dependa da Casa não será aprovado. "Eu não acredito que o Congresso entregue um centavo a mais de carga tributária", disse. O deputado disse ainda que o debate de elevação do Imposto de Renda da Pessoa Física "passa dos limites". "O cidadão teria que deixar de trabalhar para sua família para pagar as contas do governo Dilma".
O líder do PPS, Rubens Bueno (PR), afirmou que o debate de criação de novos impostos mostra "que o governo está cada dia mais perdido". "O Congresso vai responder 'não' a qualquer tipo de aumento de imposto", afirmou.
O líder do DEM na Câmara, Mendonça Filho (PE), disse considerar "absurda" a insistência de Levy em aumentar impostos. "O governo não faz a sua parte e pensa em penalizar mais uma vez a classe média", disse. "Tenho a convicção de que o Congresso vai rechaçar qualquer proposta de aumento de impostos".