Brasília, 08 - O relator-geral do Orçamento de 2016, deputado Ricardo Barros (PP-PR), disse nesta terça-feira, 8, que o governo precisa ter mais habilidade ao falar de aumento de impostos, pois as últimas declarações, como a possibilidade de retorno da CPMF, têm sido derrubadas antes mesmo de serem efetivamente apresentadas.
"O governo precisa ter mais habilidade em sondar as perspectivas como eu estou sendo cuidados em falar de cortes", afirmou. "Espero que o governo nas próximas prospecções de soluções faça de forma mais hábil para que a ideia não seja imediatamente bombardeada." Barros comentou ainda a possibilidade cogitada hoje pelo ministro da fazenda, Joaquim Levy, de aumentar a alíquota do Imposto de renda, e afirmou que a decisão de aumentar impostos pode até gerar um debate recorrente o debate, mas que pode não se viabilizar na prática.
"Se o governo quer efetividade, se quer dar ao mercado um sinal rápido, ele deve operar com IPI, CIDE, o que está sob seu controle", afirmou. "Se ele quer uma negociação com o Congresso o debate está iniciado, mas eu como relator não quero opinar sobre receitas porque as receitas não dependem do relatório, dependem de Câmara e Senado para ser aprovado", completou.
Segundo o relator, antes de falar sobre as sugestões de cortes que podem constar no relatório, é preciso negociar com os líderes da Câmara e do Senado. "Estou aguardando o relatório da consultoria que pedi detalhamento e não vou indicar cortes sem negociação com os membros da Comissão e com os lideres, porque eu preciso aprovar meu relatório", afirmou. "Vamos demorar algum tempo para avaliar cada detalhe de redução de despesas. Mesmo os cortes podem não ser aprovados pelo Congresso."
Barros disse que seu trabalho é fazer um relatório que satisfaça a maioria. "Estou estudando para propor um orçamento equilibrado que eu acho que e o melhor para o Brasil", afirmou. Segundo ele, a intenção é que o Orçamento seja aprovado com superávit.
Apesar de não defender abertamente o aumento de impostos, Barros disse que a sociedade brasileira precisa debater e refletir sobre qual prejuízo será maior para o setor produtivo. "O que é mais grave para o setor produtivo e para o governo: perder o grau de investimento ou uma pequena elevação de imposto?. Essa é a decisão que a sociedade vai ter que tomar", completou..