Brasília – Principal ponto controverso na reforma política, a Câmara dos Deputados retomou o financiamento privado de campanhas políticas. O texto-base da minirreforma eleitoral foi aprovado de forma simbólica, sem registro nominal dos votos. Já o destaque que pretendia vetar tais contribuições não passou, com 285 votos contrários, 180 a favor e cinco abstenções. No Projeto de Lei 5.735/13 estão as mudanças que não precisam alterar a Constituição. O texto já havia sido aprovado pela Câmara em julho, foi modificado no Senado, e voltou para os deputados. Por isso, segue para sanção da presidente Dilma Rousseff. Ou veto.
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Relator da reforma política na Câmara quer volta de doações de empresasNão adianta ser contra a impunidade sem reformar instituições, diz Sérgio MoroCâmara aprova texto-base que mantém doações eleitorais de empresasSTF retoma nesta quarta-feira julgamento sobre financiamento privado de campanhasDurante a votação, parlamentares contrários à medida afirmaram que ela é a principal brecha para desvio de recursos públicos. A deputada Jandira Feghali (PCdoB-RJ), líder da legenda na Câmara, lembrou pesquisa divulgada pelo Datafolha em julho em que 74% dos entrevistados eram contrários a doações de empresas. O levantamento foi encomendado pela Ordem dos Advogados do Brasil (OAB).
Uma das principais bandeiras do PT, o financiamento público foi defendido pelo deputado Henrique Fontana (PT-RS), que também criticou o ritmo estabelecido pelo presidente da Câmara, Eduardo Cunha, uma vez que o texto foi votado no Senado na terça-feira. “Trata-se de mais um atropelo na votação da reforma política”, disse.
Cabos eleitorais
O prazo para candidatos se filiarem a partidos foi reduzido de um ano para seis meses antes das eleições. O Senado queria manter o tempo atual, mas um destaque com esse objetivo foi rejeitado com 290 votos contra, 157 a favor e uma abstenção. A Câmara também limitou o tempo de propaganda eleitoral gratuita. Dos minutos totais, 90% será distribuído proporcionalmente ao número de representantes na Câmara. No caso de coligações para eleições majoritárias, será considerado a soma do número de representantes dos seis maiores partidos que a integrem.
Também aprovadas pelos senadores, foram rejeitadas as limitações para divulgação de pesquisas de opinião sobre eleições e a proibição do uso de cabos eleitorais e de carros de som. A janela para troca de partidos passou com 323 votos a favor e 115 contra. O texto permite mudanças no mês anterior ao prazo para filiação partidária sem implicar em perda de mandato. Para as regras valerem nas eleições de prefeitos e vereadores do ano que vem, o texto precisa ser sancionado até 2 de outubro..