O Ministério Público (MP) de Minas Gerais investiga o pagamento de propina a vereadores de Montes Claros, no Norte do estado, para a aprovação de projeto em tramitação na Câmara que favorece proprietários de chácaras irregulares na região. Os dados são mantidos em sigilo, mas a apuração foi confirmada ao Estado de Minas pela promotora do meio ambiente Aluísia Beraldo Ribeiro, uma das responsáveis pela Operação Terra Prometida, desencadeada pelo MP e Polícia Militar na quinta-feira passada. Quatro pessoas foram presas temporariamente pela suspeita de envolvimento em esquema de parcelamento ilegal do solo e venda de loteamentos clandestinos na zona rural da cidade. A direção da Câmara Municipal alega desconhecer a denúncia.
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Deputado Alberto Fraga (DEM) vira réu no STF em ação por propina de R$ 350 milLava-Jato apura elo entre ex-presidente da Eletronuclear e operador de propinasPrefeitura de Montes quer empréstimo internacional para fazer obrasA promotora afirmou que são investigados “alguns” dos 23 vereadores da cidade, mas não revelou quais seriam eles.
Os loteamentos foram denunciados pelo Estado de Minas na edição de 10 de julho, que mostrou impactos ambientais negativos, como danos as nascentes dos cursos de água do Córrego Riachão. A Operação Terra Prometica apurou pelo menos 15 chacreamentos ilegais. Mas, de acordo com o MP, em torno de 100 loteamentos rurauis serão investigados. O esquema que envolve servidores públicos, empresários e líderes comunitários, consiste na emissão de declaração falsa de “área de interesse social”, o que permite aos proprietários serem contemplados com redes de energia elétrica, água, esgoto e outros benefícios do poder público. Segundo o MP, a participação de servidores da Prefeitura se deu de forma isolada, sem envolver a administração pública.
O presidente da Câmara, José Marcos de Freitas (PSD) afirmou que “é normal que os vereadores sejam procurados por pessoas interessadas em agilizar a aprovação do projeto” e disse desconhecer qualquer tentativa de suborno..