O ministro da Fazenda, Joaquim Levy, convocou uma entrevista para falar sobre o rebaixamento da nota de crédito do Brasil para o grau especulativo pela agência de classificação de risco Standard &Poor's, na tentativa de neutralizar os efeitos negativos dessa queda. Segundo ministro, solução deve vir de corte de gastos e aumento de receitas. Ele anunciou de imediato duas propostas que já foram encaminhadas ao Congresso: a reforma do ICMS, que passaria a ser recolhido no consumo e não na origem, como acontece hoje. A outra estabelece uma anistia para quem investiu dinheiro no exterior de forma lícita, porém não declarada. Para regularizar os recursos, essas pessoas pagariam uma multa de 17,5% sobre o valor investido.
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Ao ser questionado sobre um possível congelamento do reajuste dos servidores públicos, Levy negou e classificou a palavra como muito forte.
Segundo Levy, "se procurou, na proposta que foi feita ao funcionalismo, que se pautassem eventuais aumentos pela inflação futura". Outro ponto levantado pelo ministro foi a desindexação da economia que, de acordo com ele, é outra medida importante.
Levy também lembrou o que aconteceu em 2011, quando a mesma agência rebaixou pela primeira vez a nota de crédito dos Estados Unidos. “Mas não é impossível deixar de lembrar o movimento também da S&P que surpreendeu a muitos em 2011 nos Estados Unidos, onde havia uma falta de disposição do Congresso de aumentar o teto da dívida norte-americana. A falta de clareza naquela ocasião fez essa agência fazer uma avaliação política, como ela fez aqui, uma avaliação política, de que poderia ter dificuldades para atingir o objetivo.!”.