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Estado de Minas REBAIXAMENTO

Ministro da Fazenda, Joaquim Levy, anuncia primeiras medidas após rebaixamento do grau de investimento do Brasil

Joaquim Levy diz que resposta ao rebaixamento deve vir do corte de gastos e aumento das receitas. Segundo ele, brasileiros devem ver alta de impostos como "investimento" para retomada do crescimento.


postado em 10/09/2015 16:00 / atualizado em 10/09/2015 17:19

O ministro da Fazenda, Joaquim Levy, convocou uma entrevista para falar sobre o rebaixamento da nota de crédito do Brasil para o grau especulativo pela agência de classificação de risco Standard &Poor's, na tentativa de neutralizar os efeitos negativos dessa queda. Segundo ministro, solução deve vir de corte de gastos e aumento de receitas. Ele anunciou de imediato duas propostas que já foram encaminhadas ao Congresso: a reforma do ICMS, que passaria a ser recolhido no consumo e não na origem, como acontece hoje. A outra estabelece uma anistia para quem investiu dinheiro no exterior de forma lícita, porém não declarada. Para regularizar os recursos, essas pessoas pagariam uma multa de 17,5% sobre o valor investido.

O ministro garantiu que permanece no cargo porque ainda “tem muito a ser feito”, apesar da pressão que vem sofrendo para que deixe a pasta. Ele anunciou ainda que o governo deve enviar brevemente ao Congresso proposta de reforma do sistema de recolhimento do PIS/Cofins. "Esses tributos atingem todas as empresas. A reforma tem o objetivo de simplificar a vida delas. O sistema hoje é complicado".

O ministro disse que os brasileiros devem encarar "os eventuais  aumento de impostos como um investimento para que a economia volte a crescer".  "A sociedade paga 0,5% a mais, mas o PIB cresce 0,5%. Então vale a pena. É um investimento. A gente não deve ser vítima de uma miopia nos impostos" . Para o ministro, a agência pode ter se precipitado, já que o trabalho de recuperação fiscal do Brasil ainda está em andamento.


Ao ser questionado sobre um possível congelamento do reajuste dos servidores públicos, Levy negou e classificou a palavra como muito forte. Em mais uma referência ao Congresso, que tem sido um dos maiores desafios para a aprovação de medidas enviadas pelo Poder Executivo, Levy afirmou que o governo "está avaliando tudo e que essa é uma das coisas mais bacanas e novas que o governo está construindo" com o Legislativo.

Segundo Levy, "se procurou, na proposta que foi feita ao funcionalismo, que se pautassem eventuais aumentos pela inflação futura". Outro ponto levantado pelo ministro foi a desindexação da economia que, de acordo com ele, é outra medida importante.

Levy também lembrou o que aconteceu em 2011, quando a mesma agência rebaixou pela primeira vez a nota de crédito dos Estados Unidos. “Mas não é impossível deixar de lembrar o movimento também da S&P que surpreendeu a muitos em 2011 nos Estados Unidos, onde havia uma falta de disposição do Congresso de aumentar o teto da dívida norte-americana. A falta de clareza naquela ocasião fez essa agência fazer uma avaliação política, como ela fez aqui, uma avaliação política, de que poderia ter dificuldades para atingir o objetivo.!”


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